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Afeganistão: mulheres não podem mais falar alto ou cantar mesmo em casa

O Ministério da Moralidade declarou que ninguém no país está isento de cumprir essas medidas.

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Redação (04/09/2024 18:31, Gaudium Press) As restrições severas impostas pelo governo Talibã no Afeganistão em relação às mulheres, proibindo-as de falar em voz alta e de mostrar seus rostos fora de casa de acordo com a nova Lei da Moralidade, não estão recebendo muita atenção na mídia internacional.

Estas medidas estão inseridas em uma série de leis recentemente aprovadas e confirmadas pelo Líder Supremo Haibatullah Akhundzada, que consideram as vozes das mulheres como “vício” quando ouvidas em público.

 Toda vez que “uma mulher adulta sai por necessidade, ela é obrigada a esconder sua voz, rosto e corpo”.

Essas regras, segundo o governo do país, representam a aplicação específica da Sharia, a lei islâmica. Esses regulamentos são rigorosamente respeitados no país do Talibã, e o Ministério da Moralidade já prendeu milhares de pessoas, por meio do mohtasabeen ou polícia da moralidade.

As regras vão além

A BBC relata que:

As mulheres também não devem ser ouvidas cantando ou lendo em voz alta, mesmo dentro de suas casas.

As roupas femininas não devem ser finas, curtas ou justas.

As mulheres devem esconder os seus corpos e rostos dos homens com quem não são casadas ou não têm parentesco sanguíneo.

Os homens também estão proibidos de olhar para os corpos e rostos das mulheres, e o mesmo se aplica às mulheres adultas que olham para os corpos dos homens.

Nenhuma fotografia de coisas vivas

A nova lei também proíbe a criação, preservação ou publicação de imagens de seres vivos e abrange desde desenhar um pássaro até tirar a foto de um membro da família.

Também fica proibida a compra e venda de estátuas de seres vivos.

A lei pede à polícia moral que evite o “uso indevido” de gravadores e rádios, como tocar música, o que é considerado haram (algo proibido) pela sharia.

Também é proibida a produção e visualização de fotografias e filmes de seres vivos.

Punições

Para aqueles que infringem a lei, as penalidades vão desde “ser avisada e assustada pela retribuição divina de Deus”, até multa e prisão de até três dias.

Após a promulgação dos novos regulamentos, Roza Otunbayeva, chefe da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão, disse que “o povo afegão merece muito mais” do que isso. Declaração aguada que não reflete a indignação que a ONU sustentou em relação a violações dos direitos humanos em outros lugares.

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