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Adiada decisão sobre ícones de Rupnik no Santuário de Lourdes

Há um grupo formado por quinze pessoas para estudar o caso. O santuário recebeu mais de 200 e-mails com opiniões sobre o assunto.

Foto: Wikipedia

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Redação (03/08/2023 09:49, Gaudium Press) No final de março, o bispo de Lourdes, Dom Jean-Marc Micas, divulgou um comunicado no qual informou que, em 2008, o Santuário de Lourdes havia “adornado a fachada da Basílica do Rosário com mosaicos, ilustrando os Mistérios luminosos do Rosário. Estes mosaicos foram confiados à oficina de um artista de renome: o Pe. Marko Rupnik.”

Depois dos escândalos de abusos sexuais do sacerdote jesuíta, o bispo perante o Conselho de Orientação do santuário levantou a questão se conviria que estes mosaicos continuassem ali, uma vez que o Santuário “é um lugar onde muitas vítimas recorrem a Imaculada Conceição a fim de procurar consolo ou cura”.

O bispo estabeleceu, em abril, que para tomar tal decisão seria formado um “grupo de reflexão”, composto por ele mesmo, o reitor do santuário, uma vítima, um especialista em arte e um psicoterapeuta, cuja missão seria “elaborar os elementos necessários para tomar a melhor decisão”, e “conduzir esta reflexão da forma mais serena possível, não rejeitando qualquer hipótese de decisão a priori“.

O mundo católico aguardava a decisão desse grupo devido as muitas repercussões que esta teria, levando em conta os inúmeros lugares onde há obras de Rupnik e que possuem características semelhantes ao santuário de Lourdes.

Agora, o site La Nouvelle République des Pyrénées informa que o grupo é composto por “quinze membros, pilotados pelo reitor do santuário”. E relata as declarações de Dom Jean-Marc Micas, bispo de Tarbes e Lourdes, afirmando que: “queríamos, em sua composição, tanto vítimas de abuso sexual, especialistas em arte sacra, juristas, psicólogos, pessoas favoráveis e outras contrárias” à remoção das obras de Rupnik. O prelado também declara que “queríamos ouvir um certo número de pessoas como membros da comunidade Aletti (comunidade que apoia o jesuíta), este centro que tem trabalhado com Rupnik, mas também com Dom Perrier que havia encomendado esta obra”.

La Nouvelle République des Pyrénées ressalta que um “magistrado local estará à frente deste grupo”, e que anunciará “sua decisão no final do ano”.

“Até o momento nada foi decidido. Estamos tentando ser neutros e objetivos”, afirmou o bispo. “Sabemos que, por trás da decisão que tomaremos para o Santuário de Lourdes, há uma dimensão simbólica. É por isso que queremos tomar o tempo necessário. Qualquer que seja a decisão, vai gerar paixão.”

O santuário já recebeu mais de 200 e-mails sobre o assunto em questão:

“Alguns são particularmente comoventes”, reconhece o bispo Micas. Todas essas contribuições fornecem argumentos a favor e contra a presença de mosaicos, em quantidades aproximadamente iguais e com o mesmo nível de emoção e paixão. Todas essas cartas estão arquivadas. Duas pessoas são responsáveis por lê-las e classificar os argumentos que ajudarão a elucidar a decisão deste grupo de trabalho da forma mais serena.”

A decisão que se tomará em relação ao santuário de Lourdes pode ter impacto direto em casos como o da Basílica de Nossa Senhora Aparecida, onde as obras de Rupnik ainda estavam sendo realizadas, mas que foram suspensas.

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