A trilogia: abusos, reformas liberais e sínodo
O presidente do episcopado suíço pede o fim do celibato, a ordenação de mulheres e uma “nova moral sexual”.
Redação (29/09/2023 11:38, Gaudium Press) Parece que na Suíça os argumentos alemães se repetem.
Foi altamente divulgado o relatório sobre abusos sexuais no país, publicado em meados deste mês, que fala de 1000 casos de abuso sexual desde 1950, em várias dioceses suíças, que correspondem a acusações contra 510 pessoas. Mais da metade das vítimas eram homens ou meninos. E como “solução” para a questão – em declarações ao Neue Zürcher Zeitung, conforme noticiado pelo The Pillar Catholic – o bispo Felix Gmür propõe o fim do celibato eclesiástico, a ordenação de mulheres e uma “nova moral sexual”.
É algo semelhante ao que repete bispo Georg Batzing, presidente do episcopado alemão, quando se fala sobre a debacle da Igreja em seu país. Ele sempre apela por reformas da doutrina católica e ainda culpa os prelados conservadores. Além disso, também devemos lembrar que a principal “desculpa” para a convocação do Caminho Sinodal Alemão também foi uma denúncia de abuso.
É, portanto, um “padrão”, como também destacado pelo The Pillar, desde os primeiros escândalos de abuso nos EUA, embora também seja claro que não existe qualquer ligação entre abusos e celibato, ou liberalização da moral católica.
De fato, a experiência que acaba sendo bem-sucedida é a da Igreja nos Estados Unidos, que passou por uma terrível crise após a divulgação midiática dos abusos, a abertura de processos de investigação por parte dos procuradores do Estado, etc., mas que vem readquirindo seu prestígio por meio de esforço, reconhecimento dos erros e pagamento de indenizações.
O receio, no entanto, é de que estes padrões de abuso–reformas liberais sejam a esperança de muitos no próximo sínodo. Com efeito, os temas apoiados por D. Gmür são precisamente os que mais preocupam aqueles que amam o depósito da fé e que o veem ameaçado no próximo encontro.
O Papa Francisco quis “colocar panos quentes” sobre esses receios. Agora, pela boca do novo prefeito da Doutrina da Fé, ele expressa que “não acredita que mudanças importantes devam ser esperadas deste Sínodo”, segundo declarações feitas a Elisabetta Piqué.
No entanto, os receios permanecem, e até se tornam mais agudos à medida que a data de seu início se aproxima.
Deixe seu comentário