A propriedade privada é um direito ou não?
Pronunciamentos dúbios têm causado perplexidade.
Redação (10/12/2020 16:02, Gaudium Press) Os evangelhos são normas de vida. Observando atentamente a vida de Jesus, tiramos princípios para guiar não somente nossos atos individuais, mas também regras preciosas para organizar a sociedade em seu conjunto.
Jesus nasceu numa gruta abandonada, entre gente pobre. Ele era filho de um carpinteiro e de uma jovem humilde e discreta. Jesus nada fez para chamar a atenção: não teve grandes estudos rabínicos e não se fez comerciante. Seus discípulos eram do povo simples, pescadores iletrados. Ele não tinha onde repousar a cabeça, não tinha dinheiro para pagar o imposto, não tinha pão para dar aos seus ouvintes. Nos seus discursos, falou do samaritano, dos pecadores, dos famintos mesmo, chamando-os de “bem-aventurados”. Recriminou os ricos em algumas ocasiões. Foi crucificado entre dois ladrões. Jesus perdoou, Ele é misericórdia.
Entretanto, podemos retomar a vida de Jesus em outra perspectiva:
Jesus nasceu na cidade real, Belém. Vieram visitá-lo por ocasião de seu nascimento potentados, os quais lhe deram ouro e preciosidades do Oriente. Seu pai e sua Mãe eram descendentes de Davi, portanto, nobres e herdeiros da realeza. Jesus era sábio, pois quando tinha doze anos, discutiu com os Mestres da Lei, causando grande alvoroço no Templo. Expulsou do lugar sagrado uma multidão, com uso de força física. Participou de banquetes e era amigo de gente opulenta: Lázaro, Marta, Madalena, Nicodemos, José de Arimatéia. Discutiu e humilhou seus adversários, deixando os fariseus embaraçados. Jesus disse que era Rei e que tinha legiões de servidores. Jesus castigou, Ele é justiça.
Afinal, quem era Jesus? Rico ou pobre? Rei ou carpinteiro?
Ele era Deus.
Jesus não era político, nem ecônomo. Nosso Senhor defendeu os pobres, sim, mas não por serem pobres, porque ele também era íntimo dos ricos. Jesus não veio fazer uma revolução social, mas salvar a humanidade. Salvar almas, e não corpos somente.
Mas Jesus nunca falou da propriedade privada? Sim: quando um discípulo, Judas, falou em aproveitar o dinheiro e os bens dos ricos para dar aos pobres, Jesus o recriminou.
Por Paulo da Cruz
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