A missão do Pontífice é ser fiel
Em tempos difíceis para o governo da Igreja, São Dâmaso I deu o exemplo de um verdadeiro Pastor que se preocupa pelo rebanho.
Redação (10/12/2020 20:48, Gaudium Press) Embora o edito de Milão tenha dado certa liberdade à Igreja, Roma continuava a ser uma cidade pagã. Por isso, o culto aos deuses permanecia e os templos pagãos eram bastante frequentados.
Coube então ao Sucessor de São Pedro exercer seu múnus de verdadeiro pastor e atacar a idolatria, lutando para que fosse definitivamente retirada a estátua da Vitória, símbolo mais venerável do paganismo oficial, que presidia o senado romano. Tal era o culto que lhe prestavam, que cada senador lhe oferecia um grão de incenso sempre que entrava no recinto.
Os sucessivos imperadores retiraram e voltaram a estabelecer o ídolo de ouro maciço. Mas, o que pesou para que a estátua não viesse a figurar mais na assembleia foi uma carta de São Dâmaso enviada ao Imperador Graciano, que a expulsou de sua tribuna.
Esplêndido período esse em que os Sumos Pontífices não poupavam esforços e, por vezes, até o próprio sangue para manter a integridade da ortodoxia, purificando-a do culto aos ídolos e das falsas doutrinas.
Muitos outros feitos marcaram a história desse venerável Pontífice que, mesmo sendo perseguido, soube enfrentar os vagalhões que o afligiam lutando incansavelmente para manter a unidade da Igreja e o seu triunfo sobre o paganismo. Mereceu o epíteto de “Papa das catacumbas” especialmente por seus esforços para restaurar as catacumbas e continuar a descoberta dos túmulos dos santos.
Amante das Escrituras
Amigo de São Jerônimo, impulsionou os trabalhos da tradução das Sagradas Escrituras, perpetuando, assim, a memória dos acontecimentos que marcaram a vida de Nosso Senhor Jesus Cristo e de todo o povo de Israel.
Empreendimento importantíssimo, tanto o de traduzir como o de favorecer, pois se nos primeiros anos da Igreja não se tivesse batalhado pela transmissão fidedigna da Palavra de Deus, em nossos dias não teríamos quiçá conhecimento do que naquele tempo se passou. E, ademais, no século neo-pagão em que vivemos, mesmo possuindo enorme comprovação histórico-científica da veracidade dos escritos sagrados, há pastores que fustigam o rebanho ao invés de protegê-lo, ensinando doutrinas que desacreditam a veracidade dos textos bíblicos, confundindo a ignorância dos mais fracos.
“Doutor virgem da Igreja virginal”
Poderíamos, enfim, resumir a vida desse Papa com as palavras de São Jerônimo a seu respeito: “Varão insigne e versado na ciência das Sagradas Escrituras, Doutor virgem da Igreja virginal”.
Para ser um verdadeiro defensor da ortodoxia, é preciso possuir uma pureza pessoal de vida e de princípios. Com efeito, aquilo que é sujo não serve para limpar, e tudo quanto passa por um canal carregado de impurezas acaba chegando maculado ao seu destino.
Assim, contemplamos em alguns feitos insignes desse dedicado Pontífice que, em tempos de dificuldades, cabe àquele que tem o bastão da autoridade manifestar-se, mesmo que isso signifique uma oposição aos poderes reinantes, ou o risco de perder até a própria vida.
Esses, que forem fiéis, possuirão uma recompensa no Céu demasiadamente grande por terem sofrido injúrias sendo cristãos, e por terem seguido a trilha do Divino Mestre.
Por Odair Ferreira
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