“A Igreja não é uma organização humana, é o templo do Espírito Santo”, recorda o Papa
Na escuridão da solidão, no peso que sufoca a esperança, se nada tem saída: abra-se ao Espírito Santo, ouça o Consolador perfeito.
Cidade do Vaticano (24/05/2021, 14:03, Gaudium Press) No domingo (23/05) o Papa Francisco presidiu a Santa Missa que foi celebrada na Basílica de São Pedro por ocasião da comemoração da Solenidade de Pentecostes.
Na homilia que proferiu, o Papa fez suas reflexões tendo em vista o trecho extraído do Evangelho de João que a liturgia propôs para o dia:
“Virá o Paráclito, que Eu vos hei de enviar da parte do Pai” ( Jo 15, 26).
A palavra Paráclito, citada por São João, serviu para Francisco desenvolver suas reflexões na qual o Papa explicou os dois significados dela: Consolador e Advogado.
Na escuridão da solidão, no peso que sufoca a esperança, se nada tem saída: abra-se ao Espírito Santo
Francisco comentou que Jesus no Evangelho nos oferece o “Consolador perfeito”, pois todos nós procuramos consolações em momentos difíceis.
O Evangelho, contudo, comentou Francisco, nos oferece o Consolador perfeito, pois as consolações do mundo são como os anestésicos: oferecem um alívio momentâneo, mas não curam o mal profundo que temos dentro de nós.
O Espírito Santo não é como o mundo, Ele age no íntimo dos nossos corações, explicou Francisco para logo aconselhar:
“Irmã, irmão, se você sente a escuridão da solidão, se carrega dentro um peso que sufoca a esperança, se tem no coração uma ferida que queima, se não encontra a via de saída, abra-se ao Espírito Santo. ”
Os discípulos são o exemplo de que tudo muda quando recebem o Paráclito: os problemas e defeitos permanecem os mesmos, mas eles já não os temem, disse o Papa.
Espírito Santo: o Advogado que sopra nas almas o Espírito da Verdade
Ainda nas reflexões de sua homilia sobre o Espírito Santo, o Papa Francisco explicou o segundo significado do termo Paráclito: Advogado.
Não se trata, disse Francisco, de falar pelo acusado, mas de inspirar pensamentos e sentimentos.
E isto o Espírito Santo faz com delicadeza, propondo, sugerindo e não se impondo.
Foi então que o Pontífice indicou para três tentações difusas em nossos dias os antídotos oferecidos pelo Paráclito: viver no presente, procurar o conjunto e colocar Deus antes do eu.
O Paráclito afirma o primado do hoje, a graça do presente. “Não há tempo melhor para nós: agora e aqui onde estamos é o único e irrepetível momento para fazer bem, fazer da vida uma dádiva. Vivamos no presente!”, disse o Papa
Depois, o primado do conjunto, não da parte:
“O Paráclito impele à unidade, à concórdia, à harmonia das diversidades. Faz-nos sentir parte do mesmo Corpo, irmãos e irmãs entre nós. Procuremos o conjunto!”
Por fim, o primado da graça: “Só deixaremos espaço ao Senhor, se nos esvaziarmos de nós mesmos; só como pobres em espírito é que nos tornamos ricos de Espírito Santo. Isto vale também para a Igreja. Com as nossas forças, não salvamos ninguém, nem sequer a nós mesmos.” (…)
“A Igreja não é uma organização humana, é o templo do Espírito Santo. Coloquemos Deus em primeiro lugar!”
Ao final da homilia, uma oração de Francisco
Francisco conclui sua homilia com uma oração:
“Espírito Santo, Espírito Paráclito, consolai os nossos corações. Fazei-nos missionários da vossa consolação, paráclitos de misericórdia para o mundo.
Ó nosso Advogado, suave Sugeridor da alma, tornai-nos testemunhas do hoje de Deus, profetas de unidade para a Igreja e a humanidade, apóstolos apoiados na vossa graça, que tudo cria e tudo renova.” (JSG)
(Informações e Foto VaticanMedia)
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