A Eucaristia
O que há de mais excelso nesta terra? O próprio Deus se dá como alimento; o Criador submete-se às criaturas; o Pão dos Anjos é dado aos Homens! Entretanto, o que vem a ser propriamente a Sagrada Eucaristia?
Redação (05/01/2022 18:36, Gaudium Press) “Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós” (Jo 6,53). Com essas palavras, apresenta Nosso Senhor a importância do sacramento da Eucaristia.
Contudo, afirma São Paulo: “Quem comer o pão ou beber do cálice do Senhor indignamente será réu do corpo e do sangue do Senhor” (1 Cor 11,27).
Assim, perante a dignidade deste sacramento, não basta apenas recebê-lo, é necessário ter a alma em boa disposição. Ora, como ninguém recebe bem o que não conhece, aprendamos um pouco mais sobre este sacramento que é, de todos, o mais admirável e excelente.
O que é a Eucaristia?
Afirma o catecismo:
“A Eucaristia é o memorial da Páscoa de Cristo, isto é, da obra da salvação realizada pela vida, morte e ressurreição de Cristo, obra tornada presente pela ação litúrgica”.[1]
“É o coração e o cume da vida da Igreja, porque nela Cristo associa a sua Igreja e todos os seus membros ao seu sacrifício de louvor e de ação de graças, oferecido ao Pai uma vez por todas na Cruz; por este sacrifício, Ele derrama as graças da salvação sobre o seu corpo, que é a Igreja”.[2]
Eucaristia, Missa e comunhão são a mesma coisa?
Tão rico é o sacramento da eucaristia que até mesmo seus nomes sobressaem em quantidade. De fato, ela também é chamada de Santa Missa, Ceia do Senhor, Fração do Pão, Santo Sacrifício, Comunhão, viático, etc… Porém, cada um destes nomes destaca um aspecto específico deste Santíssimo Sacramento.
Assim, enquanto Eucaristia ressalta o aspecto da ação de graças a Deus; o nome Santa Missa faz referência ao envio dos fiéis que é feito no término da celebração; e o nome comunhão expressa que é por meio deste sacramento que nos tornamos participantes do Corpo e Sangue de Cristo, estando, portanto, em comunhão com Ele.[3]
Qual a diferença entre participar da Eucaristia e comungar?
Participa da eucaristia todo aquele que assiste à Santa Missa. A Santa Igreja impõe que esta participação seja feita nos domingos e dias de festa de guarda. Contudo, a mais perfeita participação é aquela em que os fiéis, devidamente preparados, recebem a comunhão, após o celebrante. A Igreja impõe que a comunhão seja recebida ao menos uma vez por ano, se possível no tempo pascal. Entretanto, recomenda vivamente que recebam a Santa Eucaristia aos domingos e dias de festa de guarda, ou ainda mais vezes, mesmo todos os dias.[4]
Quantas vezes se pode receber a Sagrada Comunhão?
Todos os dias, e até duas vezes por dia. Porém, a segunda comunhão deve ser feita obrigatoriamente dentro da Santa Missa; salvo em caso de viático, quando o enfermo se encontra em grave risco de vida. [5]
O que é estar preparado para receber a Eucaristia?
Para receber a sagrada comunhão deve-se ser batizado, e não estar em estado de pecado grave. Deve-se abster, pelo espaço de ao menos uma hora antes da sagrada comunhão, de qualquer comida ou bebida, exceto água ou remédios. E preparar-se por uma atitude corporal (gestos e trajes) que traduzam a grandiosidade do que irá ser celebrado. [6]
O que é a Ação de Graças
É a adoração prestada a Nosso Senhor presente em nosso interior, na qual, além de adorá-lo, pedimos perdão por nossas faltas, agradecemos os benefícios recebidos, e suplicamos as graças de que mais necessitamos.
Os efeitos da Comunhão[7]
Assim como o alimento material fortifica, e é condição indispensável para a vida de nosso corpo, assim também a Sagrada Comunhão é penhor e garantia da vida espiritual. Como?
Em primeiro lugar, nos une mais inteiramente a Nosso Senhor, pois faz-nos tê-lo presente em nossa alma. Ó sublime mistério! 0 Criador é recebido pela criatura; o Senhor se submete ao escravo, Deus dá-se como alimento ao homem!
E se isto não bastasse, a comunhão apaga também os pecados veniais e preserva das faltas mortais.
Assegura a unidade com a Santa Igreja que é o Corpo Místico de Cristo. E dá-nos, para com os demais, uma virtuosa caridade.
Recebendo-a nesta vida, possuímos o penhor da futura.
Não resta senão afirmar com Santo Agostinho: “O sacramentum pietatis! O signum unitatis! O vinculum caritatis! – Ó sacramento da piedade, ó sinal da unidade, ó vínculo da caridade!”[8]
Ó santíssima Eucaristia, Ó santíssimo Sacramento!
Por Thiago Resende
[1] CEC 1409.
[2] CEC 1407.
[3] Cf. CEC 1328 – 1332.
[4] CEC 1389.
[5] Cf. CIC 917, 921.
[6] Cf. CIC. 912 – 923. & CEC. 1387.
[7] Cf. CEC 1391 – 1402.
[8] CEC 1398.
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