A corrente indestrutível de Maria
Nossa Senhora nos associou à guerra contra o mal, a fim de esmagar o vão orgulho do Dragão. Nessa luta, de grande valia é a união existente entre aqueles que por Ela combatem.
Redação (27/04/2023 10:07, Gaudium Press) “Porei inimizades entre ti e a Mulher, entre a tua descendência e a d’Ela” (Gn 3, 15), sentenciou o Criador após a queda de nossos primeiros pais. Trata-se de uma guerra travada entre dois adversários irreconciliáveis: a raça dos filhos da Virgem sob as ordens de sua Soberana, e a dos sequazes da Serpente com o seu chefe.
Esse antagonismo encontra-se plasmado na imagem de Nossa Senhora do Apocalipse, que retrata a Mãe de Jesus conforme Ela foi contemplada por São João na Ilha de Patmos, como uma Dama revestida do Sol, tendo a Lua debaixo dos pés e, sobre a cabeça, uma coroa de doze estrelas (cf. Ap 12, 1).
Há, porém, outro aspecto salientado na escultura que não consta no livro bíblico: Maria, a comandante das tropas do Altíssimo, esmaga e castiga o Dragão infernal apenas com seu calcanhar e uma corrente. Magnífica figura!
Simbólica em todos os seus detalhes, a representação desperta uma curiosidade: o que significa mais precisamente a corrente?
A cadeia metálica está constituída pela concatenação de elos individuais que se ligam uns aos outros. Posta nas mãos de Santíssima Virgem, pode simbolizar as almas eleitas por Ela e o vínculo existente entre tais escolhidos. Seu imbricamento de espíritos está fundamentado no amor a Deus, e é por este motivo que eles cumprem a mesma finalidade; em suma, trata-se da união de inteligências e de vontades dos filhos da luz, em plena consonância com sua Rainha.
Nesse sentido, São Luís Maria Grignion de Montfort exorta em uma de suas obras: “Uni-vos fortemente pela união dos espíritos e dos corações, infinitamente mais forte e mais terrível ao mundo e ao inferno do que o são, para os inimigos do Estado, as forças exteriores de um reino bem unido”. E logo em seguida o Santo mariano exclama com veemência: “Os demônios se unem para perder-vos; uni-vos para derrotá-los”.
Comentando essas palavras, Dr. Plinio Corrêa de Oliveira explica que se trata da “visualização da luta como o confronto entre duas uniões, as quais não significam coligações estratégicas de forças, mas de amores contrários, que definem a vitória ou a derrota, antes de tudo pela sua diferente intensidade”.
A Santíssima Virgem decide vencer o demônio não somente esmagando-o com seu puríssimo calcanhar, mas fazendo uso dessa corrente que são seus escolhidos, para humilhar o vão orgulho do Dragão. Eis-nos associados às guerras de Maria contra o mal!
Sem embargo, para que a vitória se dê, cumpre permanecermos unidos, coparticipando do mesmo ideal e jamais nos desligando dos demais.
Grandes acontecimentos se aproximam; o que espera a humanidade, só Deus o conhece. Nessa conjuntura, a coesão entre aqueles que constituem o exército da Rainha do Universo é essencial, posto que somente juntos podemos obter d’Ela todas as graças e meios necessários para a realização de nossa missão na Igreja. Basta haver vigilância, a fim de que não tenhamos a sorte inevitavelmente reservada aos que quiserem ser elos separados: a derrota.
Estejamos, pois, bem unidos e com os nossos corações cravados na Generalíssima dos exércitos de Deus, para nos tornarmos instrumentos eficazes nas mãos d’Aquela que “é terrível como um exército em ordem de batalha” (Ct 6, 10).
Por Ir. Aline Karolina de Souza Lima, EP
Texto extraído da Revista Arautos do Evangelho, n. 245, maio 2022.
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