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Papa canoniza cinco novos santos no Vaticano

Cidade do Vaticano (Segunda, 12-10-2009, Gaudium Press) Zygmunt Szsczesny Feli?ski (arcebispo polonês), Francisco Coll y Guitart (religioso espanhol), Jozef Damiaan de Veuster (missionário belga), Rafael Arnáiz Barón (religioso espanhol) e Marie de la Croix (Jeanne) Jugan (religiosa francesa). Esses são os cinco novos santos da Igreja Católica, canonizados neste domingo pelo Papa Bento XVI.

Com a nova condição, os religiosos passam agora a poder ser venerados por fiéis de todo o mundo, ao contrário do que acontece quando beatos, cujo culto é reservado às comunidades diocesanas particulares.

A missa foi presidida pelo Papa na Basílica Vaticana por volta das 10 da manhã deste domingo, com a participação de peregrinos vindos de toda a parte do mundo, especialmente dos países de origem dos novos santos. As pessoas que não puderam entrar na Basílica assistiram à cerimônia por meio de telões instalados na Praça de São Pedro. Após a missa, o Papa saudou todos os fiéis e recitou o oração do meio-dia do Ângelus.

A missa da canonização contém, além dos momentos regulares da celebração eucarística (ritos de introdução, Liturgia da Palavra, Liturgia Eucarística, ritos de conclusão), a apresentação oficial dos “canonizandos”, sempre feito pelo prefeito da Congregação da Causa dos Santos. Em seguida, há o canto da “Litania dos Santos”, iniciado pelo Santo Padre, que se segue à recitação da “fórmula de canonização” – o momento mais importante da cerimônia, que efetivamente promulga os novos santos da Igreja.

Celebraram a missa com Bento XVI sete cardeais, nove arcebispos, 14 bispos e 20 sacerdotes. Entre os 50 concelebrantes, estavam ainda os cinco bispos das Causas de Canonização: cardeal Godfried Danneels, arcebispo de Mechelen-Brussel; dom Kazimierz Nycz, arcebispo de Varsóvia; dom Pierre D’Ornellas, arcebispo de Rennes; dom Román Casanova, bispo de Vic; e dom Ignacio José Munilla Aguirre, bispo de Palencia. Além disso, estavam presentes também dois secretários pessoais do Papa João Paulo II: card. Stanislaw Dziwisz, atual arcebispo de Cracóvia, na Polônia, e dom Mieczyslaw Mokrzycki, arcebispo dos latinos de Lviv, na Ucrânia.

Na homilia, entregue em diversas línguas (italiano, polonês, espanhol, flamengo e francês), o Papa se concentrou sobre o testemunho de vida dos novos santos, completamente dedicados a Cristo:

“Zygmunt Szczesny Feli?ski, arcebispo de Varsóvia, fundador da congregação das Franciscanas da Família de Maria, foi uma grande testemunha da fé e da caridade pastoral em tempos muito difíceis para a nação e para a Igreja na Polônia”, observou o Papa.

Sobre Francisco Coll y Guitart, sacerdote da Ordem dos Frades Predicatores (Dominicanos), fundador da Congregação das Freiras Dominicanas da Anunciação da Beata Virgem Maria, Bento XVI disse que “a sua atividade evangelizadora compreendia uma grande dedicação ao sacramento da reconciliação, com particular ênfase na Eucaristia e uma constante insistência na oração”.

Jozef Damiaan de Veuster, sacerdote da Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria e da Adoração Perpétua do Santíssimo Sacramento do Altar tinha deixado sua pátria, Bélgica, para desenvolver a missão nas Ilhas do Havaí entre portadores de lepra, disse o Papa. Trabalhou sem medo, passou nem mesmo quando ele próprio ficou exposto à mesma doença. “O servidor da Palavra se torna assim um servidor sofrido, leproso com os leprosos, durante os últimos quatro anos de sua vida”, disse o Santo Padre.

Rafael Arnáiz Barón, religioso da Ordem Cistercense da Estrita Observação, por sua vez, é um exemplo de “jovem rico” que não tinha medo de sumir diante da “adesão aos bens materiais e aos outros objetivos que a vida do mundo propõe volta e meia com insistência”. Segundo o Santo Padre, ele “respondeu sim à proposta de seguir Jesus, em modo imediato e decidido, sem limites nem condições”. O a partir de agora São Rafael deverá ser escolhido padroeiro dos Dias Mundiais da Juventude.

Marie de la Croix (Jeanne) Jugan, virgem, fundadora da Congregação das Pequenas Irmãs dos Pobres, “tomou para si o cuidado da dignidade dos seus irmãos e de suas irmãs na humanidade, feitos vulneráveis pela idade, reconhecendo neles a própria pessoa de Cristo”, comentou o Papa.

Ainda que entre os novos santos estejam somente europeus, havia também certo toque brasileiro na cerimônia de canonização. Isto porque a superior geral das Irmãs Franciscanas da Família de Maria, madre Fabiola Ruszczyk, é brasileira. Ela estava acompanhada também de outras duas freiras, uma das quais também brasileira, irmã Maria José de Oliveira, quem levou, na delegação, as relíquias do fundador da ordem, Zygmunt Szczesny Felinski.

Além disso, na procissão do ofertório estava também a brasileira irmã Teresinha Pilão. As Irmãs Franciscanas da Família de Maria possuem províncias no Brasil (em Curitiba, PR, e em Erechim, RS) e na Polônia. Há ainda uma casa em Roma e missões na Rússia, Bielorússia e Ucrânia.

Para a cerimônia de canonização, tradicionalmente vêm a Roma delegações dos países dos santos. Da Bélgica, capitaneavam o grupo os monarcas Alberto II e Paolo; da Polônia, o presidente da República, Lech Kaczynski; da França, o primeiro-ministro François Fillon; da Espanha, o Ministro do Exterior, Miguel Angel Moratinos. Havia também uma delegação dos Estados Unidos, representada pelo novo embaixador do país junto a Santa Sé, Miguel Humberto Díaz, e pelo senador do Havaí, Daniel Kahikina Akaka – São Jozef Damiaan de Veuster foi missionário nas ilhas havaianas.

 

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