África precisa de leis eclesiásticas para as próprias Conferências Episcopais, afirmam padres sinodais
Cidade do Vaticano (Sexta, 09-10-2009, Gaudium Press) A sétima congregação geral do Sínodo dos Bispos para a África, ocorrida ontem à tarde com 212 padres sinodais, voltou a abordar problemas discutidos durante toda a semana, além de questões novas como a poligamia e a situação das mulheres que querem ser batizadas. A sétima congregação foi realizada sem a presença do Papa e foi mais curta que as anteriores devido ao concerto pela paz ocorrido ontem em Roma.
Em sua intervenção, dom Matthew Kwasi Gyamfi, de Gana, disse que “muitas mulheres que frequentam a Igreja cristã se veem rejeitando os sacramentos do batismo, da confissão e do matrimônio”.
Sobre a questão da poligamia, os bispos disseram ser necessário construir uma lei que permita às mulheres que estão próximas de casar receberem o batismo e outros sacramentos. Percentualmente, analisaram, o problema não é muito grande, pois a poligamia “é um modo de vida entre pessoas não educadas”. As mulheres com formação escolar e independentes financeiramente não escolhem matrimônios poligâmicos, concluíram os bispos.
A Igreja Católica quer responder ao problema permitindo a essas mulheres que recebam os sacramentos, ajudando-as nessa já complicada situação. Por não serem alfabetizadas e estarem completamente dependentes dos parceiros, avaliam os padres sinodais, deixar os seus maridos se traduz em “dificuldade econômica e tensão social”. Isto as desencoraja a se divorciarem e a abraçarem a fé católica.
Outro significativo problema observado foi a questão da necessidade de acrescentar ao Código Canônico uma lei própria para as Conferências Episcopais Africanas, em resposta às necessidades e às urgências das situações nas quais vivem as suas igrejas, como desejou o presidente do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, monsenhor Francesco Coccopalmerio.
“É o postulado da diversificação. É claro que novas situações pedem novas soluções. No nosso caso, as peculiaridades das Igrejas que se encontram na África pedem soluções normativas adaptadas a tais situações. Não devemos impor às Igrejas africanas o que não é essencial. Devemos respeitar e valorizar as suas culturas jurídicas e as suas tradições normativas”, analisou o presidente do Pontifício Conselho.
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