A bela história de uma das imagens mais veneradas do mundo: o Menino Jesus de Praga
República Checa – Praga (Quarta-feira, 24-01-2018, Gaudium Press) A imagem do Menino Jesus de Praga segue sendo uma das imagens mais veneradas do mundo, transmitindo uma terna devoção a Jesus Cristo no mistério de sua oculta infância, a cujos méritos os devotos atribuem incontáveis favores e milagre. Apesar de ser uma representação conhecida em todo o mundo, sua história, cheia de tradições, não é recordada frequentemente.
Embora não se tenha certeza sobre a origem precisa da venerada imagem, acredita-se que a imagem original foi esculpida na Espanha por volta do ano 1340 em um mosteiro cisterciense. As histórias que preservam a tradição sobre a imagem narram a possível visão que um monge teve sobre o Menino Jesus que o inspirou a criar a imagem tão venerada na atualidade.
Mas a imagem não chegaria à Praga durante mais de duzentos anos, permanecendo na Espanha e chegando, segundo afirma outra tradição, a ser conservada e venerada pela grande Santa espanhola Santa Teresa de Ávila. Esta Santa pode ter obsequiado a imagem à Dona Isabel Manrique, que a daria à sua filha Marie Manrique, que se casou com Vratislav de Pernstyn. Desta forma, a venerada imagem foi posse da Casa Habsburgo.
Durante quase um século a imagem foi uma preciosa propriedade da família e, em 1628 foi entregue a um mosteiro carmelita local pela Princesa Polyxena von Lobkowicz. “Lhes dou o que mais aprecio de minhas posses”, afirmou a Princesa aos religiosos ao doar a imagem. “Conservem a imagem com reverência e estará bem”. A imagem foi abrigada até a invasão de Praga por parte dos saxões em 1631, quando o mosteiro foi saqueado e a imagem foi descartada como lixo. Ao retornar ao mosteiro em 1637, o Padre Ciryl da Mãe de Deus se lembrou da imagem e a buscou entre os escombros para encontrá-la com os braços quebrados.
Durante a oração, o sacerdote escutou o Divino Menino, que lhe disse: “Tenha misericórdia de mim e Eu terei misericórdia de você. Dai-me braços e lhe darei a minha paz. Te abençoarei tanto como tu me veneres”. Diante desse pedido, o sacerdote procurou novos braços para a imagem. A devoção ao Divino Infante começou a crescer e numerosas bênçãos começaram a registrar-se no mosteiro e em toda a cidade de Praga. A sua presença se atribuiu a preservação de Praga durante o cerco sueco em 1639 e em 1941 lhe foi concedido um altar lateral na Capela da Santa Cruz, percorrendo a cidade dez anos depois por meio de procissões
A imagem foi coroada pelo Bispo de Praga em 1655 e a afluência de devotos motivaram a localização da imagem na nave principal do templo, onde permanece até hoje em um belo altar feito em 1776 e renovado em 1879. O culto ao Divino Infante sobreviveu às ditaduras dos nazistas e dos comunistas e os Carmelitas Descalços voltaram ao templo em 1993, marcando uma renovação da devoção ao Menino Jesus. A venerada imagem foi visitada por Bento XVI em 2009, que lhe ofereceu uma coroa e orou pelas crianças vítimas de violência e pelas famílias quebradas e infiéis. (EPC)
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