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Sínodo prossegue com discussões sobre crescimento das seitas, diálogo interreligioso e família

Cidade do Vaticano (Quinta, 08-10-2009, Gaudium Press) No fim da tarde de ontem e hoje pela manhã ocorreram respectivamente a quinta e a sexta congregações gerais do Sínodo dos Bispos para a África. Os temas abordados foram mudanças na tradicional formação familiar e crescimento do homossexualismo, diálogo islamo-cristão, recursos naturais, necessidade de uma credibilidade maior da Igreja e papel dos institutos religiosos, entre outros.
Bento XVI estava presente somente na congregação da tarde de ontem, já que hoje pela manhã recebeu em audiência o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.

No início da quinta congregação, o cardeal Jean-Louis Tauran, presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Interreligioso, falou sobre a necessidade de uma participação maior da Igreja no diálogo com o Islã e sobre o problema das seitas. “A atividade das seitas, por causa da simplicidade das crenças, seduz muito os africanos aflitos pela precariedade”, observou o cardeal, acrescentando que o Pontifício Conselho que preside ajuda os bispos africanos com ensinamentos sobre diversas religiões na África e sessões de formação.

“Seria oportuno que a Assembleia Sinodal encorajasse o estudo da religião tradicional africana”, prosseguiu o cardeal Tauran. Segundo ele, as escolas e as universidades católicas são instrumentos particulares da promoção da reconciliação, da justiça e da paz.

Dom Tarcisius Gervazio Ziyaye, arcebispo de Blantyre, presidente da Conferência Episcopal do Malauí e presidente da Associação dos Membros das Conferências Episcopais na África Oriental (AMECEA) disse esperar por uma catequese mais madura, porque em seu país, como observa a carta da jerarquia do Malauí, os católicos participam de confrontos políticos e étnicos, e também estão envolvidos em graves casos de corrupção na administração pública.

Ele também comentou a questão do homossexualismo. Para ele, o homossexualismo é uma “nova ideologia” que surge no continente e que “desestabiliza o sentido da vida conjugal e familiar que a África manteve até os dias de hoje”.

“A homossexualidade se torna uma escolha culturalmente aceitável, e a possibilidade desta escolha é de certa forma promovida”, afirma, por sua vez, dom Roberto Sarah, arcebispo de Conakry (Guiné) e secretário geral da Congregação para a Evangelização dos Povos. “Na cultura africana, o homem não é nada sem a mulher e a mulher não é nada sem o homem. Uma e outro nada são se a criança não está no centro da família, constituída por um homem e uma mulher, célula fundamental da sociedade”.

Ao final de sua intervenção, o arcebispo sublinhou que a “África deve se proteger da contaminação do cinismo intelectual do Ocidente”.

Cardeal Francis Arinze, prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, disse em sua alocução que para a Igreja “oferecer maior credibilidade e coragem na sua missão profética de pegar a reconciliação, a justiça e a paz, é necessário assegurar que as três sejam vividas dentro das estruturas da Igreja, sobretudo por parte dos trabalhadores eclesiais de relevo, como os bispos, os sacerdotes, os religiosos e os laicos”. Ele falou também sobre a necessidade do testemunho da vida cristã pelos padres.

Outro problema que voltou à pauta foi a pobreza e a exploração dos recursos naturais no continente. Em seu discurso, dom George Nkuo, bispo de Kumbo, no Camarões, fez um forte libelo alou sobre a realidade da pobreza na África:

“Pobreza significa impossibilidade de responder às necessidades fundamentais, que são a comida, a água e casa. Pobreza significa que na comunidade não há segurança. Pobreza significa que não existem meios para se cuidar da própria família. Pobreza significa que os nossos filhos não podem esperar por um futuro no qual terão uma família e meios para sustentá-la. Pobreza significa que a tristeza e o medo tomaram o lugar da alegria e da serenidade. É esta a pobreza em muitas partes da África. É essa pobreza a causa principal da fome”.

Na manhã de hoje, o cardeal Ennio Antonelli, presidente do Pontifício Conselho para a Família, criticou a valorização do que chamou de a “teoria dos gêneros”. Para ele, “várias instituições e organizações internacionais, ajudadas pela mídia, partem para a análise da questão dos problemas de violência subitamente pelas mulheres, a mortalidade infantil, a desnutrição e a fome, o problema da habitação e do trabalho”.

 

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