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As máximas do mundo veiculadas pelos ‘tipos humanos’

Redação (Quarta-feira, 06-09-2017, Gaudium Press) Falemos de um dos elementos da nefasta trilogia que nos quer distanciar do céu: o mundo, o demônio e a carne, cujas vozes se entremesclam, se repotencializam umas às outras. Falemos da voz do ‘mundo’.

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Nos dizia o catecismo do Padre Astete que o mundo é “o que chamamos de secularismo, quer dizer, agir de acordo com os costumes, modas ou ideias de pessoas sem Fé, sem moral e sem Deus, organizando a vida como se Ele não existisse dando-lhe importância somente ao que nosso corpo gosta, ao orgulho ou à avareza”.

É interessante a definição de Padre Astete entre outras razões porque rápido nos leva a pensar no que consideramos o principal veículo atual das máximas do mundo, aquele que Plinio Corrêa de Oliveira chamava de “tipos humanos”.

Analisemos.

“Mundo” em linguagem espiritual são as máximas do mundo distanciadas da Fé Cristã. Mas não são elas expressas a viva voz pelas “pessoas do mundo”, mas como que exalam, “efluviadas” (de eflúvios) por suas formas de ser, de viver, de sentir e de querer, e não apenas de pensar.

Por exemplo, imaginemos uma cantora católica, com música sugestiva e forma de ser carismática, mas que em sua maneira de vestir usa trajes que não estão de acordo com a moral. Ela está enviando à sua audiência múltiplas mensagens: uma, a cristã da letra de suas músicas, mas também outra de rejeição à moral católica que exige pudor e modéstia. Enquanto isso, se o conjunto de sua personalidade é muito carismática, seus fãs quererão subconscientemente imitá-la em tudo, inclusive em seus trajes, e com isso entrará a corrupção em suas almas, pois o ser humano tende à coerência de suas crenças com sua forma de ser.

Ou pensemos em um telespectador que sente uma afinidade especial com o personagem de uma série de televisão, que é muito simpático, que mais ou menos pertence à geração do telespectador, tem gostos semelhantes aos dele, é muito feliz e ‘triunfa’ na vida (pelo menos na série). É fácil que o incauto telespectador não queira imitá-lo apenas nas coisas boas, mas também nas más, como, por exemplo, que ele não se lembre em nenhum momento de Deus, que é de naturalismo antológico e não é visto rezando em nenhum momento, e na missa dominical nem se fala… Pouco a pouco, o ateísmo prático vai entrando na alma do telespectador piedoso que admira personagens não piedosos, e isso porque somos seres fundamentalmente sociáveis, nossos semelhantes nos influenciam e não apenas com suas palavras, mas acima de tudo com seu modo de ser, de viver.

O mundo de hoje fala principalmente sobre o modo de ser dos personagens do ‘jet set’ exaltados pelos meios de comunicação, sejam personagens reais (celebridades, e outros “bestiários” locais ou globais) quanto os fictícios expostos em filmes e séries: Cuidado com os meios de comunicação!

E para nos vacinarmos mais contra essa influência nociva de tipos humanos do mundo (porque a primeira recomendação já está dada de forma implícita, e é a de perder menos tempo com os meios, e em vez disso, fazer de nossa vida uma grande ‘novela’, uma grande ‘série’), pensemos que devemos escolher conscientemente nossos próprios tipos humanos a serem seguidos.

O primeiro será o Senhor, evidentemente. Nossa Senhora, os Santos, que deixam Deus ainda mais próximo dos homens, em cada situação concreta. Mas também outros, que, apesar de não terem alcançado os cumes da santidade, são verdadeiros modelos de heroísmo, virtude, em muitos aspectos de suas vidas. Quer dizer, o convite é que escolhamos nossos modelos, e não deixar que sutil e satanicamente nos seja imposto o mundo.

E para esse pequeno recurso o melhor é consultar a história. A história é maravilhosa e está repleta de bons exemplos.

Estamos lendo por estes dias, a bem escrita, embora não ortodoxa, nem muito menos sempre justa “História dos Judeus” de Paul Johnson, em cujas páginas desfilam -entre outras- alguns dos maiores luminares do mundo antigo, desde Abraão até os Macabeus, passando por Moisés, Isaías, Elias, Eliseu, Davi, Salomão, Isaías, Jeremias, etc, etc. Heroísmo, generosidades, horizontes quase infinitos, missões quase impossíveis de cumprir que se completam com a ajuda da Divindade, uma relação transcendente e próxima com Deus, real, também misérias… mas que grandeza! Que descanso essas leituras das mensagens deste mundo corrompidinho, sim, em diminutivo, pois são bem pequenos e com frequência ridiculinhos os personagens do ‘jet set’, desde o jogador de futebol das 4 ou 10 namoradas, o cantor dos 200 pares de sapatos que engordou muito, até o presidente degeneradinho mas bailarino…

O convite é, portanto, a redescobrir a história, primeiro a dos Santos, buscando relatos que sejam fáceis de ler, acessíveis, amenos, que sempre existem. A imitação virá por acréscimo após a admiração, como aconteceu com Santo Inácio.

Por Saúl Castiblanco

Traduzido para o português por Emílio Portugal Coutinho

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