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Bispos da Nigéria denunciam violência no país

Abuja (Quarta, 16-09-2009, Gaudium Press) “Uma cultura da violência prevalece na nossa nação”: esta é a denúncia feita pelos bispos da Nigéria, no comunicado final da segunda reunião plenária realizada em Kafanchan, no sul da cidade de Kaduna, centro-norte do país, informou a Radio Vaticana.

A situação social e política do país mais populoso do continente africano foi o principal tópico das conferências dos prelados, os quais destacaram a necessidade de que o governo garanta a proteção da população, em especial das minorias religiosas.
A denúncia dos bispos dirigiu-se às regiões norte do país, onde atuam grupos fundamentalistas religiosos, e no Delta do Níger, área bastante povoada que é palco de um longo conflito social ligado à exploração dos recursos naturais da região.

Os prelados se referiram em especial aos confrontos entre a polícia e as milícias islâmicas pertencentes à seita Boko Haram (conhecidos como “talibãs”), que causaram um alto número de mortos. Os bispos citaram ainda a Constituição nigeriana – que garante a liberdade religiosa a todo cidadão – ao dizer que condenavam a perda de vidas humanas e de bens causada pela seita.

“Deus não deu a ninguém o direito de matar em seu nome nem autorizou alguém a violar a dignidade de outros seres humanos”, acrescentaram. Aos políticos nigerianos, os bispos recordaram que cabe a eles proteger a população: “Não existe democracia se o Governo não pode proteger a vida e as propriedades dos cidadãos”.

Ainda no país, o Fórum dos representantes cristãos do Delta do Níger (NDCLF) redigiu uma carta aberta ao chefe de Estado, Umaru Yar’Adua, com inúmeras propostas com o objetivo de acabar com a violência na região.

A carta, publicada pelo jornal nigeriano “The Vanguard”, é assinada, entre outros, pelos responsáveis das Igrejas Católica, Anglicana e Metodista. O tema central: a gestão dos recursos petrolíferos.

Desde 2006, o Delta do Níger, maior fornecedor de barris do país, é devastado por ataques do Movimento de Emancipação (MEND), que se opõe à instalação de plataformas petrolíferas e pedem a distribuição do lucro proveniente das extrações.

 

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