Penitenciaria Apostólica da Santa Sé publica dicionário sobre a Reconciliação
Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 22-08-2016, Gaudium Press) A Penitenciaria Apostólica, um dos Dicastérios menos conhecidos da Santa Sé, mas cujo discreto trabalho é de grande importância para a Igreja ao estar dedicado ao exame dos casos de consciência mais complexos e a administração das indulgências, publicou um dicionário para compreender melhor suas principais áreas de trabalho. Sob o título de “Pecado, Misericórdia, Reconciliação: Um Dicionário Teológico – Pastoral”, o texto oferece sugestões práticas para os presbíteros baseadas nos princípios teológicos, e constitui uma ajuda para a celebração apropriada do Sacramento da Penitência.
“A fidelidade de Deus é imutável, infinita e contínua existindo e produzindo frutos apesar da infidelidade das criaturas”, assinalou o Papa Francisco na apresentação redigida para o livro. O Pontífice destacou “a contribuição de acadêmicos acostumados à prática pastoral” e as iniciativas do Dicastério para que “as maravilhas da Misericórdia de Deus não passem desapercebidas”.
O Penitenciário Apostólico, Cardeal Mauro Piacenza, afirmou que o texto busca ajudar a sacerdotes e fiéis a “descobrir a beleza e eficácia” do Sacramento da Penitência. A primeira palavra do dicionário, disponível inicialmente em italiano, é “accoglienza”, a necessidade de dar uma calorosa boas vindas aos penitentes que acodem à Confissão. O último termo é “viaticum”, a Eucaristia que se administra às pessoas em perigo de morte.
A entrada referida aos divorciados em uma nova união assinala a doutrina da Igreja que ensina que se requer um processo de nulidade para estabelecer se a primeira união não foi celebrada de forma válida e que uma pessoa que vive em uma situação que objetivamente corresponde a pecado não pode receber os sacramentos.
O texto também provê instruções para os sacerdotes que encontram penitentes cuja absolvição está reservada à Santa Sé. Estes delitos que tem pena de excomunhão automática incluem a profanação da Eucaristia, a violação do segredo de Confissão, um ataque físico contra o Pontífice, a consagração de um Bispo sem mandato papal, entre outros. Os confessores deve redigir uma carta dirigida à Penitenciaria Apostólica detalhando o caso e empregando um nome fictício para proteger ao penitente e o sigilo sacramental. O Dicastério responde nas 24 horas seguintes, apesar da chegada da resposta variar de acordo com o serviço dos correios. “O recurso a este tribunal é absolutamente gratuito, e não se aceitam doações voluntárias”, esclarece o documento. (GPE/EPC)
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