Relíquias de mártires da Guerra Cristera peregrinam pela Cidade do México

Cidade do México – México (Terça-feira, 05-07-2016, Gaudium Press) Ao se completar 90 anos dos primeiros mártires produzidos pela Guerra Cristera, que assolou o México entre 1926 e 1929, a capital do país teve a alegria de receber algumas de suas relíquias.

Tratam-se de dois relicários: um com relíquias de primeiro grau de São Cristóvão Magalhães e seus 24 companheiros mártires, que foram canonizados por São João Paulo II em maio de 2000; e outro, com relíquias dos 13 leigos, encabeçados por Anacleto González Flores, que morreram por causa de sua Fé durante a Cristiada -como também é conhecido este período-, e que foram beatificados durante o Pontificado de Bento XVI.

A Capela da Imaculada Conceição, que se situa diante do Salto del Agua no Eixo Central da Cidade do México, foi o lugar que teve a honra de receber os relicários no dia 30 de junho, onde permaneceram para a veneração dos fiéis.

Ambos relicários chegaram à capital mexicana procedentes da Arquidiocese de Guadalajara, em Jalisco, jurisdição eclesial onde mais se produziram mártires durante a Guerra Cristera. Foram levados à Cidade do México de modo excepcional por ocasião das comemorações pelos cinquenta anos de vida sacerdotal do Cardeal Norberto Rivera Carrera, Arcebispo Primaz do México.

São João Paulo II, durante a cerimônia de Canonização de São Cristóvão Magalhães e seus 24 companheiros mártires, evento que ocorreu no dia 21 de maio de 2000, expressou: “A Igreja no México se regozija ao contar com estes intercessores no céu, modelos de caridade suprema seguindo os passos de Jesus Cristo. Todos eles entregaram sua vida a Deus e aos irmãos, através do martírio ou pelo caminho da oferenda generosa ao serviço dos necessitados. A firmeza de sua Fé e Esperança lhes sustentou nas diversas provas as quais foram submetidos. São um precioso legado, fruto da Fé arraigada em terras mexicanas, a qual, nos albores do Terceiro Milênio do cristianismo, foi mantida e revitalizada para que sigais sendo fiéis a Cristo e a sua Igreja como o tens sido no passado”.

Os primeiros mártires da Cristiada, cujo 90º aniversário de falecimento se comemora neste ano de 2016, foram José Luis Batis Sainz, executado junto com os três leigos Manuel Morales, Salvador Lara Puente e David Roldán. Suas relíquias se encontram em Chalchihuites, Zacatecas.

Como nota curiosa, no início deste ano de 2016 também morreu o último sobrevivente dos denominados “Cristeros”. Tratou-se de Juan Daniel Macías Villegas, que se viu obrigado a tomar as armas durante a guerra civil Cristera e faleceu aos 103 anos em sua cidade natal São Julião no Estado de Jalisco. O leigo contava com 13 anos quando se desatou a Guerra Cristera. (GPE/EPC)