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“Uma coisa é falar de misericórdia, outra coisa é vive-la” diz Papa na Audiência Jubilar

Cidade do Vaticano (Quinta-feira, 30/06/2016, Gaudium Press) – Hoje, pela manhã, na Praça São Pedro, cerca de 15 mil fiéis ouviram o Papa Francisco falar sobre as obras de misericórdia.

Vivendo o Ano da Misericórdia, o Papa promove a cada quinta-feira, no Vaticano, a chamada “audiência jubilar”.

A Audiência Jubilar de hoje foi a última deste período de verão europeu. Elas serão retomadas 10 de setembro.

Palavra abstrata – falar e viver

Disse o Santo Padre, ao iniciar suas reflexões:

“É importante jamais esquecer que a misericórdia não é uma palavra abstrata, mas um estilo de vida. Eu posso ou não ser misericordioso. Uma coisa é falar de misericórdia, outra coisa é vive-la”. disse.

O Pontífice citou o Apóstolo Tiago, que diz que a misericórdia sem as obras está morta em seu isolamento. “É exatamente assim”, frisou Francisco:

“O que torna viva a misericórdia é o seu dinamismo constante de ir ao encontro de quem precisa e das necessidades de quem se encontra em dificuldade espiritual e material. A misericórdia tem olhos para ver, ouvidos para escutar e mãos para ajudar”.

Servir: ver sofrimento dos outros

Francisco tratou mais particularmente da importância de perceber o estado de sofrimento dos outros.

Segundo ele, às vezes passamos diante de situações dramáticas de pobreza e parece que estas não nos tocam; tudo continua como se nada fosse.

Isto é uma indiferença que nos torna hipócritas. Sem percebermos, ela nos conduz a uma forma de espiritual em que o ânimo se torna insensível e a vida, estéril.

“Tem gente que passa toda a vida sem nunca perceber as necessidades dos outros. Pessoas que passam sem viver, que não servem os outros. Lembrem-se bem: quem não vive para servir, não serve para viver”.

“Quem experimentou na própria vida a misericórdia do Pai não pode permanecer insensível diante das necessidades dos irmãos”, citando ainda as obras de misericórdia que estão contidas no Evangelho de Mateus: assistir quem tem fome, sede, quem está nu, refugiado, doente e na prisão.

“As obras não são temas teóricos, mas testemunhos concretos. Obrigam a arregaçar as mangas para aliviar o sofrimento”.

Ver Jesus nos outros

Francisco pediu aos ouvintes que realizassem uma caridade criativa para identificar novas formas de ajuda misericordiosa a quem dela necessite.

“Pede-se a nós que permaneçamos vigilantes como sentinelas para que, diante das pobrezas produzidas pela cultura do bem-estar, o olhar do cristão não se enfraqueça e se torne incapaz de ver o essencial. “

E ele foi detalhista em explicar o que seja o essencial: o “olhar Jesus no faminto, no prisioneiro, no doente, no nu, em quem não tem trabalho e deve levar avante uma família. Olhar Jesus em quem está triste, só, em quem erra, em quem precisa de conselho, caminhar em silêncio com quem precisa de companhia – estas são as obras que Jesus pede a nós. Olhar Jesus nestas pessoas. Por quê? Porque Jesus nos olha assim”. (JSG)

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