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Trabalho voluntário em região pobre do Peru muda a vida de estudantes espanhóis do Centro Universitário de Madri

Lima (Quinta, 03-09-2009, Gaudium Press) “Com o trabalho voluntário realizado em Manchay, minha vida mudou. Creio que é uma experiência que mexe com você, conhecer uma realidade pobre como a desta região de Lima”, disse Sara Tamarit Guerola, coordenadora do grupo internacional de estudantes do Centro Universitário La Salle, de Madri (Espanha) e também responsável pelo voluntariado da instituição. Ela e outros sete compatriotas estiveram na capital peruana para um trabalho de apoio educativo ao povo do distrito de Manchay.

Um convênio firmado entre o centro universitário madrilenho e a paróquia Espírito Santo, provocado por iniciativa do cardeal Juan Luis Cipriani Thorne, arcebispo de Lima, desenvolve um trabalho voluntário voltado para a educação nesta região há sete anos, sempre feito por especialistas na área, como explica Guerola.

“Desde que começamos o convênio temos trazido grupos de voluntários especialistas em educação para trabalhar no Centro Educativo Paroquial Nossa Senhora do Rosário”, afirma a coordenadora, mas ressalta que o trabalho está sendo feito também com outros colégios e asilos da região, como o Centro Educativo Virgem do Rosário, a escola para crianças com necessidades especiais do Centro Paroquial São Paulo e o Colégio Nacional Santa Rosa de Collanac.

Programas de capacitação

O programa desenvolvido em Manchay envolveu trabalhos para problemas de aprendizagem, estímulo à leitura, orientação vocacional, memória e retenção, dislexia, modificação de conduta e trabalho colaborativo dos professores. Aulas de inglês, matemática, jogos e esportes alternativos também fizeram parte do programa.

Especialmente para o povo de Manchay foram criadas Jornadas Familiares para casamentos jovens, que envolveram comunicação familiar, pautas sobre comportamento, jogos em família, capacitação de pais, desenvolvimento cognitivo, integração e inclusão educativa entre outros.

Seleção de voluntários

Os voluntários são alunos dos cursos de educação social, terapia ocupacional, educação especial, educação inicial, psicopedagogia e engenharia de telecomunicações.

“Todos passaram por uma entrevista com perguntas de todos os tipos, não somente de nível acadêmico, mas também sobre atributos pessoais, porque precisam de uma certa ‘força’ para trabalhar com pessoas muito pobres”, explica Sara Guerola.

Experiência de vida

“O que levamos daqui de Manchay é muito e creio que servirá para enfrentar nosso trabalho em Madri no dia de amanhã, com uma visão distinta do que é a educação. Não podemos desvincular essa experiência de nossa vida”, afirmou a voluntária Verónica Díaz González.

Para a voluntária Maribel Carrasco Gómez, apesar de não dispor de uma boa qualidade de vida, o povo de Manchay agradece a Deus pelo que fazem por eles. Gómez agradeceu o trabalho e o esforço feito pelo padre José Chuquillanqui em Manchay com apoio da arquidiocese de Lima.

“Essa experiência de vida também nos ajuda a ver quais coisas são realmente importantes na vida de cada um e a saber que não precisamos de mil coisas para ser felizes, mas sim de carinho de pessoas que nos rodeiam”, argumentou Sara Guerola.

O distrito

A maior parte dos 60 mil habitantes de Manchay, na periferia da capital, vive em situação de extrema pobreza. Imigrantes da serra peruana, fugitivos da guerrilha Sendero Luminoso, compõem a maioria da população. Desde 1999 a arquidiocese de Lima, amparada por organizações da sociedade civil, promove um intenso trabalho de formação humana e cristã e projetos na área de educação, saúde, nutrição para menores e estrutura familiar.

 

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