Gaudium news > Vigário da Opus Dei na Colômbia fala sobre peculiaridades atribuídas à congregação

Vigário da Opus Dei na Colômbia fala sobre peculiaridades atribuídas à congregação

Bogotá (Quarta, 02-09-2009, Gaudium Press) À luz da informação da produção de um filme americano – cujas gravações acontecem em Buenos Aires – sobre a vida e a obra do fundador da Opus Dei, San Josemaría Escrivá de Balaguer, a emissora de rádio colombiana Caracol entrevistou no último dia 29 de agosto o vigário geral da congregação no país, monsenhor Hernán Salcedo Plazas. Monsenhor Salcedo respondeu a diversos entrevistadores sobre vários aspectos da vida na congregação.

Entre os mais questionados estão, por exemplo, o suposto caráter elitista do Opus Dei e o sentido da prática da mortificação corporal, ou autoflagelação, este último exposto em filmes como “O Código da Vinci”. Perguntado se na Opus Dei – “Obra de Deus” em latim – somente se aceitavam pessoas de alto nível socioeconômico, monsenhor Salcedo respondeu que na Obra há homens de todas as raças e variadas profissões e ocupações profissionais.

“Na Opus Dei existem pessoas de todas as raças, brancos, amarelos, negros, e pessoas de todas as condições sociais. Há agricultores, taxistas, cantores, engenheiros, políticos, todo o tipo de pessoas. Muitas delas, a imensa maioria, têm escassos recursos econômicos. Inclusive, recentemente tive de buscar ajuda para pessoas da Opus Dei que não têm o que comer neste momento, pelo desemprego, por muitas circunstâncias da vida. De modo que há pessoas de todas as classes, pobres e ricos, pessoas com mais cultura, com menos cultura. A única condição é que tenham um chamado de Deus, e sejam pessoas com um trabalho honesto”.

Diante da pergunta se nas bibliotecas da Opus Dei era possível encontrar livros como “O Capital”, de Karl Marx, o religioso falou: “(No caso da Universidade de Bogotá), sim, está… (risos) com toda a certeza que está – E você o anda pedindo na biblioteca? (risos) – uma vez consultei para saber o que era exatamente o que estava dizendo o sr. Karl Marx. Simplesmente, a Opus Dei busca orientar as pessoas, não lhes tira a liberdade. As orienta para que saibam qual é a doutrina da Igreja e também para que tenham outras posturas e possam ler aqueles livros com um critério, um orientação”.

Em referência a um personagem do filme “O Código da Vinci”, que realiza dolorosas autolesões físicas e que supostamente representa um membro da Opus Dei, o vigário expôs como a comunidade entende a questão da mortificação corporal em um sentido cristão:

“Tenho aqui algumas palavras de San Josemaría que copiei ontem por causa da orientação cristã, como vocação também de amor à cruz. Ele diz que Cristo nos salvou colocando sobre seus ombros nossas misérias, nossos pecados, todas as falências humanas, e as limpou abraçando-as com o seu amor. Ocorre que transformar o mal em bem faz o amor sofrer. E essa é a mortificação”.

“Quando alguém ama e coloca por uma pessoa algo que lhe custa, esse alguém também sofre. Na Opus Dei, como em toda a comunidade cristã, queremos acompanhar Cristo em seus sofrimentos, reparar nossos pecados, os pecados alheios, e por isso a mortificação é algo que está inscrito na vocação cristã. Porém, é uma questão de amor, de transformar o mal em bem. Não é nunca algo sádico, isso não tem nada a ver com a mortificação”.

Ele prossegue explicando ainda que há outras formas de praticar a mortificação que não pela automutilação. Segundo ele, deixar de comer algo de que se gosta muito, ou comer em maiores quantidades algo de que não se gosta tanto, por exemplo, é a forma de mortificação mais comum. O vigário confirma que existem membros que às vezes também lançam mão de mortificações corporais, – “que são tradicionais na Igreja” – mas ressalta que a grande maioria das pessoas na Opus Dei opta por formas mais amenas.

 

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas