Após 50 anos, comunistas cubanos devolvem Capela à Igreja

Havana – Cuba (Terça-feira, 26/04/2016, Gaudium Press) – A Capela de Santa Terezinha do Menino Jesus, na Arquidiocese de Camagüey, em Cuba, volta para as mãos da Igreja.

Mais de cinquenta anos se passaram desde que a Capela foi, sumariamente, desapropriada.

Depois de expropriada pelo regime comunista, ela foi utilizada para várias finalidades. Por último, havia sido transformada em uma loja de mantimentos.

Logo que os comunistas tomaram o poder em Cuba em 1959, Fidel Castro começou a dar uma série de ordens para subtrair influência da Igreja, entre estas esteve a expulsão de sacerdotes e religiosos em 1961 e a expropriação de colégios e igrejas.

Várias destas propriedades foram usadas depois para fins alheios ao religioso. O caso mais notório é a Vila Marista que existia então em Havana e que agora é utilizada pela Segurança do Estado.

Devolução

A devolução se deu ainda na última Quinta-feira Santa, dia 24 de março. A capela está localizada na paróquia de Nuevitas.

No ato de entrega estiveram presentes representantes da Empresa municipal de Comércio, um grupo de paroquianos, o pároco Castor José Álvarez Devesa e o seminarista Héctor Horruitiner.

Em 15 de abril, o Pe. Álvarez, que também atua como Diretor Nacional das Pontifícias Obras Missionárias (POM), celebrou na capela uma Missa de desagravo e para “pedir perdão porque por cerca de 55 anos este lugar esteve fechado a Jesus”.

“Graças a Deus já voltamos a convertê-lo em casa de oração”, disse o Pároco. Porém, “mais do que a devolução dos lugares, é (também) o direito à educação, a ter centros educativos formais”. “Por exemplo, disse o padre José Alvarez, aqui tem uma escola que ainda não a devolveram. Ainda não temos o direito à liberdade religiosa a qual aspiramos”.

Reconstrução

O sacerdote disse que “agora estamos fazendo projetos para restaurar o lugar porque está um pouco descuidado”. “Embora não esteja completamente arrumado, queremos usá-lo como uma casa de missão neste bairro”, assinalou no dia 22 de abril.

Sobre a devolução da capela, Pe. Álvarez disse que “é uma alegria que se dê um passo de justiça quanto à liberdade religiosa”, que é onde se quer chegar para “poder desenvolver bem a religião” em Cuba.

Nos últimos anos, o governo devolveu algumas propriedades confiscadas, como a igreja da Santa Maria e Santa Helena, em Havana, expropriada durante 30 anos e entregue em 2006. Entretanto, outros edifícios que eram das congregações religiosas seguem em poder do estado. (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com Informações e Fotos ACI)