Gaudium news > Papa: “sem um coração arrependido, toda ação religiosa é ineficaz”

Papa: “sem um coração arrependido, toda ação religiosa é ineficaz”

Cidade do Vaticano – (Quarta-feira, 13/04/2016, Gaudium Press) – Milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano, saudaram o Santo Padre e ouviram a sua catequese sobre a necessidade de misericórdia nesta quarta-feira, 13 de abril, durante a Audiência Geral.

Tendo como referência a passagem do Santo Evangelho que narra a vocação de Mateus, o Papa Francisco mostrou ser essa uma ocasião oportuna para nos recordar que a Igreja não é uma comunidade de seres perfeitos: a Igreja é uma comunidade de discípulos que seguem o Senhor porque se reconhecem pecadores e necessitados do seu perdão “porque todos somos pecadores”, disse Francisco.

“Não há santo sem passado e não há pecador sem futuro”.

“Misericórdia é que eu quero, e não sacrifício”. Partindo desta afirmação de Jesus no contexto bíblico da vocação de Mateus, foi que o Pontífice ressaltou que qualquer atitude religiosa que não provenha do arrependimento é ineficaz:

“Todos necessitamos da misericórdia de Deus, origem da nossa salvação”.

Mateus era coletor de impostos e, por isso, tido como um pecador público. Contudo, sua verdadeira vocação se confirma com o chamado do Mestre:
“É verdade que ser cristão não nos faz impecáveis. Como Mateus, o publicano, cada um de nós se entrega à graça do Senhor apesar dos próprios pecados. Todos somos pecadores, todos pecamos. Uma vez, ouvi um provérbio tão bonito: não há santo sem passado, e não há pecador sem futuro. É bonito isso, isto é o que faz Jesus”, disse o Papa.

Vida cristã: uma escola de humildade

Francisco lembrou que é preciso vencer as dificuldades que nos afastam de Deus e que, por muitas vezes, parecem invencíveis:

“A vida cristã é uma escola de humildade que se abre à graça. Tal comportamento não é compreendido por quem tem a presunção de se achar ‘justo’ e melhor do que os outros.

A Soberba e o orgulho não permitem que reconheçamos a nossa necessidade de salvação, aliás, impede de ver o rosto misericordioso de Deus e de agir com misericórdia. São um muro, a soberba e o orgulho, são um muro que impedem a relação com Deus”.

Os pecadores, todos, sem exclusão também têm a oportunidade de serem curados pelo poder “restaurador de Deus” que não conhece limites. “E isso nos deve dar confiança para que Jesus venha e nos cure! “, exclamou o Pontífice.

Dois medicamentos: a Palavra e a Eucaristia

Jesus se apresenta como Médico Divino, com dois medicamentos que restauram e nutrem: a Palavra e a Eucaristia, afirmou o Santo Padre.

“Com a Palavra, Ele se revela e nos convida a um diálogo entre amigos”, disse o Papa, advertindo:

“Às vezes, esta Palavra é dolorosa porque incide sobre as hipocrisias, desmascara as falsas desculpas, traz à tona as verdades escondidas; mas ao mesmo tempo ilumina e purifica, dá força e esperança, é um reconstituinte preciso no nosso caminho de fé”.

O outro remédio que Francisco mostra para o arrependimento sincero do coração cristão é a Eucaristia: Ela “nos nutre com a própria vida de Jesus e, como um potentíssimo remédio, de maneira misteriosa renova continuadamente a graça do nosso Batismo”.

Ao concluir, Francisco volta ao Evangelho e recorda o que Jesus pensava: apesar da aliança com Deus e da misericórdia, as orações de Israel eram incoerentes e cheias de palavras vazias, uma ‘religiosidade de fachada’.

“‘Misericórdia é que eu quero’, ou seja, a lealdade de um coração que reconhece os próprios pecados, que se arrepende e volta a ser fiel à aliança com Deus. ‘E não sacrifício’: sem um coração arrependido, toda ação religiosa é ineficaz”. (JSG)

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas