“A Igreja faz a diferença na medida em que ela for misericordiosa”, afirma Dom Hummes
Brasília (Terça-feira, 22-03-2016, Gaudium Press) O Arcebispo Emérito de São Paulo e presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia da CNBB, Dom Cláudio Hummes, esteve presente durante a realização do 5º Simpósio de Missiologia, em 18 de março, em Brasília. No local, o prelado descreveu a proposta de transformação missionária desejada pelo Papa Francisco, bem como o trabalho que a Comissão realiza na região amazônica.
“Francisco, timoneiro da esperança: para uma missão a serviço do mundo de hoje e amanhã” foi a temática do encontro, que ocorreu entre os dias 13 e 17 de março, na Capital Federal.
“Vocês estão enfocando a figura do Papa Francisco dentro do seu grande projeto de transformar a Igreja numa Igreja missionária, toda a Igreja, não apenas aquelas regiões assim ditas missionárias. Missionária, misericordiosa, pobre e para os pobres”, disse Dom Hummes.
Quando abordado o trabalho da Comissão para a Amazônia, o Cardeal lembrou os participantes que serve para “sensibilizar o resto do Brasil a ser mais missionário, e cuidar mais da missão na Amazônia”, uma vez que “isto também significa incentivar novos missionários e missionárias e apoiar com recursos materiais a Amazônia”.
De acordo com Dom Hummes, o próprio Papa Francisco explica em sua exortação apostólica Evangelii Gaudium o que deve ser feito para a transformação missionária da Igreja.
“Ele diz, todas as nossas estruturas, todos os nossos programas, a nossa linguagem, o nosso jeito, tudo deve ser em vista de uma Igreja que seja missionária. E tudo que nos atrapalha tem que ser eliminado, ou seja, aquelas mil razões que temos para não sermos missionários, porque sempre temos mil razões para não sairmos em missão, para ficar em casa, acomodado, esperando que a Igreja venha (…) É preciso afastar essas mil razões e assumir de novo, com coragem, um mandato missionário. Isso é muito interessante e o papa continua insistindo, constantemente nisso”.
Considerando a necessidade da Igreja com rosto amazônico com a presença da misericórdia, que segundo Francisco, “deve ser o grande testemunho”, o Arcebispo Emérito de São Paulo acredita que “a Igreja faz a diferença na medida em que ela for misericordiosa”.
Em seguida, comentou acerca de seu trabalho à frente da Comissão para a Amazônia e na articulação da Rede Eclesial Pan-Amazônica, onde já visitou cerca de 30 dioceses e prelazias na Amazônia. “Isso é uma graça muito grande porque vocês aqui estão estudando e com razão a Igreja precisa de aprofundar essas questões da missiologia, das missões. Na Amazônia eu encontro os missionários e missionárias. Confesso que, para mim, isso é um curso de missiologia permanente que eu faço andando nessas comunidades”, disse.
Dom Hummes confessou que aprende muito sobre missão mais precisamente por causa do testemunho dos missionários e também da Igreja local, “aquelas comunidades, elas são vivas, elas batalham, elas se sacrificam”. Para ele, “sempre é necessário renovar a própria comunidade de novo. Porque a comunidade tem uma tendência a se acomodar, de cuidar de si mesma e nisso esquece a missão, esquece de sair”. (LMI)
Da redação Gaudium Press, com informações CNBB
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