Recuperam no México a tradição do Altar das Dores
Cidade do México – México (Segunda-feira, 21-03-2016, Gaudium Press) Na sexta-feira prévia à Semana Santa, conhecida como “Sexta-feira das Dores”, existe uma especial tradição para recordar as sete dores que experimentou a Virgem Maria durante a vida de Jesus. Ela é o “Altar das Dores” ao qual até pouco tempo parecia estar chamada ao esquecimento.
Graças ao pedido de um sacerdote da Arquidiocese do México a devoção foi retomada por 20 dos 48 templos do Centro Histórico da Cidade do México, os quais na última sexta-feira, 18 de março, colocaram no Altar e constituíram um circuito para que os fiéis vivam com maior piedade esta solenidade.
A tradição consiste em dispôr um altar à Mãe de Deus na sexta-feira prévia à Semana Santa, tendo sempre em conta as sete dores que durante a vida de Jesus experimentou Maria: a profecia do ancião Simeão, a fuga ao Egito, o Menino Jesus perdido no templo, Maria encontra a Jesus carregando a Cruz, a Crucificação, Maria recebe em seus braços o corpo de seu filho morto e a sepultura de Jesus.
No altar estarão presentes vários elementos e sinais. O mais importante é a venerada imagem da Virgem Maria em sua invocação da Dolorosa, a Piedade, da Solidão ou das Angústias. Se é em protuberância, ela vai finalmente vestida de negro e em muitos casos se representa nela um coração transpassado.
No altar também se destacam as flores, que habitualmente são de cor roxa para representar a tristeza, assim como águas de diferentes cores: branco, para representar a pureza de Maria; verde, que significa a esperança da Virgem na ressurreição de Jesus; alaranjado, que evoca o entardecer do Calvário durante a crucificação; e vermelho, para simbolizar o sangue derramado por Nosso Senhor.
Além disso, se incluem sementes germinadas que são semeadas em vasos ao iniciar a Quaresma. Estas sementes são normalmente de trigo, chia e cevada, e representam a nova vida que Jesus participa ao mundo, assim como a Sagrada Eucaristia na qual ele se faz presente. Também se podem incluir uvas, que representam ao vinho que se converte no Sangue de Cristo durante a consagração Eucarística.
Em alguns altares também se incluem vários elementos da Paixão de Nosso Senhor, como é a coroa de espinhos, os cravos, o martelo, a esponja, o letreiro com o INRI, a lança, entre outros, que são situados aos pés do altar.
A Devoção à Virgem Dolorosa data do século XIII por iniciativa da Ordem dos Servos de Maria, que acostumaram-se a colocar um Altar com a Virgem Dolorosa na sexta-feira prévia à Semana Santa. O altar tinha um grande significado para a Colegiata de Guadalupe que contava com um monumento permanente para a Virgem Dolorosa e celebrava um ofício especial no dia de sua festividade -a Sexta-feira das Dores-, ocasião na qual se entoava o ‘Stabat Mater’ -“Estava a Mãe”-, que é um canto atribuído ao Papa Inocêncio III e ao franciscano Jacopone da Todi, com o qual se medita o sofrimento de Maria e é oferecido a Ela como desagravo às suas dores.
Duas são as festividades dedicadas à Virgem Dolorosa: a Sexta-feira das Dores, que é a sexta-feira anterior ao Domingo de Ramos, e a festividade oficial no dia 15 de setembro, instituída como tal pelo Papa Paulo VI. (GPE/EPC)
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