“Cidade de Maria”: primeira etapa da 10ª Viagem Pastoral de Francisco
Prato – Itália (Quarta-feira, 11/11/2015, Gaudium Press) – A cidade de Prato, recebeu o Papa nesta terça-feira (10/11) com sol e muita gente nas ruas: cerca de 30 mil vieram de localidades vizinhas e, desde às 6h, a cidade estava tomada.
O helicóptero do Papa aterrissou às 7h45 no estádio da cidade e com o papamóvel, Francisco chegou ao adro da Igreja local e dirigiu-se à multidão.
Prato
A cidade de Prato, explica o bispo Dom Agostinelli, tem 191 mil habitantes, dos quais 34.600 (18,12%) são estrangeiros.
A maior parte deles, 16 mil, é constituída por chineses. Outras grandes comunidades são formadas por albaneses, romenos, paquistaneses e marroquinos.
A indústria têxtil é o motor desta sociedade.
Francisco
Antes de proferir seu discurso, o Papa entrou na Basílica para venerar o ‘Santo Cinto’.
Trata-se de uma relíquia que, de acordo com uma antiga tradição, teria sido lançada do céu pela Virgem Maria a São Tomé durante a Assunção.
O Cinto da Virgem é um pedaço de tecido de lã verde, com cerca de 90 centímetros, tendo em suas extremidades pequenas cordas para amarrá-lo.
A relíquia é exposta à veneração pública cinco vezes ao ano: na Páscoa, nos dias 1º de maio, 15 de agosto, 8 de dezembro e no Natal.
Nessas ocasiões, ela é colocada no púlpito externo, à direita da Catedral, no local exato de onde o Papa falou hoje pela manhã.
A ‘cidade de Maria’
Foi este ‘sinal de bênção’ para a cidade que sugeriu a Francisco inspiração para o seu primeiro discurso:
O primeiro pensamento leva ao caminho de salvação empreendido pelo povo de Israel, da escravidão do Egito à terra prometida. Antes de libertá-lo, o Senhor pediu para celebrar a ceia pascal e comê-la ‘com os rins cingidos’: cerrar as vestes significa estar prontos, preparar-se para partir, para colocar-se em caminho.
“É este o convite do Senhor ainda hoje, mais do que nunca: a não ficarmos fechados na indiferença, mas a nos abrirmos, a sentirmo-nos chamados para deixar nossas coisas e ir até o outro, a compartilhar a alegria de encontrar o Senhor e a fadiga de caminhar na sua estrada”.
O Papa continuou com suas palavras e encorajou os presentes a arriscarem, a aproximarem-se dos homens e mulheres de nosso tempo, a tomar a iniciativa e envolverem-se, sem medo, pois não existe fé sem riscos.
E Francisco, neste sentido, agradeceu a cidadania pelos esforços desta comunidade na integração, contrastando a cultura da indiferença e do descarte. Elogiou ainda as iniciativas de inclusão dos mais frágeis.
O segundo pensamento do Papa foi inspirado no convite feito por São Paulo a vestirmos uma couraça ‘particular’, a de Deus, que combate os espíritos do mal cinge com a verdade:
“Não se pode fundar nada de bom sobre as tramas da mentira e da falta de transparência. Procurar e optar sempre pela verdade não é fácil; é uma decisão vital que marca profundamente a existência de cada um e da sociedade, para que seja mais justa e honesta. A sacralidade de todo ser humano requer, para cada um, respeito, acolhida e um trabalho digno”.
Aos jovens: Maria
Francisco convidou os jovens a não cederem ao pessimismo e à acomodação, agradecendo-os pelas orações.
“Maria é quem transformou o sábado da desilusão no alvorecer da ressurreição. Quem se sente cansado e oprimido pelas circunstâncias da vida, confie em nossa Mãe que está perto de nós e nos consola”.
Após a missa, um ‘ciao Papa’ escrito em chinês saudou Francisco, enquanto o pároco da comunidade mais chinesa da Itália, Pe. Roberto, doou ao Pontífice dois quadros em estilo chinês retratando Maria e o Espírito Santo. (JSG)
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