Arcebispo africano destaca contribuição de prelados e sacerdotes do continente à Igreja Universal
Roma – Itália (Quarta-feira, 04-11-2015, Gaudium Press) O Arcebispo de Accra, Ghana, Dom Charles Palmer Buckle, concedeu uma entrevista à agência Zenit na qual faz um balanço da Igreja na África diante da próxima visita do Papa Francisco e expressa sua opinião sobre a contribuição da Igreja africana à Igreja Universal. O prelado pede que os fiéis valorizem o serviço apostólico dos sacerdotes africanos em outros lugares do mundo. “Queríamos que fossem vistos como missionários que vieram compartilhar”, expressou o prelado.
Sobre a contribuição dos Bispos africanos à Igreja Universal, Dom Palmer indicou que a formação e experiência da Igreja no continente africano oferecem uma riqueza valiosa. “Você poderia vê-lo culturalmente. Já que a maioria dos prelados africanos foram formados na Europa e América, nós trazemos uma riqueza que vem das perspectivas culturais: o que é nossa perspectiva cultural africana e o que é a perspectiva cultural dos franceses, alemães, italianos e espanhóis”, explicou o Arcebispo. “Eu diria que estamos contribuindo à Igreja Universal de uma forma muito universal”.
Os novos territórios de missão
A Igreja na África, no entanto, não só faz uma importante contribuição mas também enfrenta grandes desafios, explicou o prelado. “Digamos desta forma: a Igreja na África está crescendo muito rápido e portanto necessitamos muita ajuda para configurar as instituições necessárias para facilitar esse crescimento como seminários e universidades católicas”, descreveu. “Necessitamos muita ajuda destes países que tem estas estruturas que várias desafortunadamente estão desocupando. Ao levar estudantes africanos aos centros de formação em outros continentes e sacerdotes até diferentes paróquias e instituições eclesiais no mundo, a Igreja na África realiza sua contribuição à Igreja Universal”.
Esta contribuição desafortunadamente não tem sido eficazmente valorizada pelos fiéis. “Queríamos que fossem vistos como missionários que vieram compartilhar e portanto pedimos aos cristãos na Europa e América que não os limitem”, expressou o prelado. “Se você quer que um sacerdote africano esteja em sua paróquia nos Estados Unidos, no Canadá ou Europa e querem que se comporte exatamente da mesma maneira que o sacerdote alemão, o sacerdote italiano, o sacerdote francês ou americano, então você não está enriquecendo”.
“Eles não deveriam ser obrigados a adaptar-se, mas deveriam adotar-se para trazer novidade, uma nova forma de dar culto, de compartilhar, de falar, de evangelizar”, acrescentou o Arcebispo. “Às vezes a gente pensa quando vemos um sacerdote africano: ‘Ele está aqui para preencher um vazio por um tempo curto a algo assim’. Eles não o veem como um missionário, mas a verdade é que é um missionário e que ele está aqui para levar a Igreja Universal a riqueza que oferece a Igreja da África”.
O Arcebispo comentou ainda as expectativas da Igreja na América sobre a próxima visita do Papa Francisco, da qual espera um impulso para a Igreja na América sobre a próxima visita do Papa Francisco, da qual espera um impulso para a Igreja em todo o continente, e relatou a importância que tem a família para a igreja na África. “De fato para nós na África, a família é bastante crucial”, indicou. “Eu diria que em Gana minha preocupação maior são as pessoas que se casam. Saber que o matrimônio cristão é diferente de nossa mentalidade tradicional do matrimônio (a qual admite poligamia e outras condutas ilegítimas para um católico), trair uma riqueza cultural da família, o amor pelas crianças, o amor por uma relação mais extensa, que não é só de pai, mãe, filhos, mas também avós, tios, inclusive para pessoas que podem não ser do mesmo clã mas que foram adotadas na família”. (GPE/EPC)
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