No dia da Solidariedade, presidente da Conferência Episcopal do Chile pede aos fiéis um maior compromisso solidário
Santiago (Quinta, 20-08-2009, Gaudium Press) O presidente da Conferência Episcopal do Chile e bispo de Rancagua recordou na última terça-feira, por meio de uma mensagem aos fiéis, as reflexões do padre Alberto Hurtado sobre questões políticas, sociais e religiosas e as dificuldades enfrentadas por ele porque ‘não compreendiam sua vivência pela caridade e promoção da justiça social, que ele entendia como uma consequência indispensável ao seguidor de Cristo’. A mensagem foi divulgada no Dia da Solidariedade, data nacionalmente dedicada à São Alberto Hurtado, morto em 18 de agosto de 1952.
Monsenhor Alejandro Goic disse que o estudo da encíclica ‘Caritas in veritate’ lhe recorda o pensamento e os valores de São Alberto Hurtado e que os escritos do santo têm motivado a Igreja no Chile a propor iniciativas como o ‘ingresso ético familiar’ e, mais recentemente o ‘consenso básico ético’.
Civilização do amor
A ‘civilização do amor’, segundo o prelado, deve começar a ser construída aqui e agora. “Quanto e até onde damos? Quanto e até onde nos damos aos demais? (…) Esse compromisso encontra maior impulso no exemplo de tantos irmãos e irmãs que experimentaram uma maravilhosa transformação em suas vidas desde o momento em que decidiram doar-se aos outros com generosidade”.
“O compromisso solidário começa na família, desde o matrimônio solidário, que se entrega por inteiro ao maior bem de seus filhos. E se cultiva no colégio, em um sistema educativo que luta por reformar-se e crescer, mas no qual persistem desigualdades que nos doem profundamente. O compromisso solidário sserve para a vida profissional, porque o trabalho é obra de todos; e na convivência diária da cidade, do bairro, na bela riqueza das amizades que se cultivam e perduram”.
Bom Samaritano
Dentro do especial momento que vive o Chile por conta da corrida presidencial – em que as promessas são abundantes – o presidente do episcopado chileno questionou se realmente ‘somos capazes’ de ficarmos uma noite perto dos ‘mais pobres dos pobres’ e se somos capazes de curar suas feridas ‘como faria o Bom Samaritano’.
“A solidariedade não pode se esgotar em consignações de campanha e tampouco pode ser convertida em uma sorte de ‘turismo social’ em que ocasionalmente estamos um pouco perto dos pobres. O samaritano se comoveu a tal ponto que depois de curar o irmão e de hospedá-lo, permaneceu com ele e se tornou responsável por seu futuro”.
Ao fim da mensagem, o prelado explicou que a solidariedade ‘autêntica’ implica duas dimensões: “por um lado, o amor humano e a misericórdia, a compaixão e a ternura; por outra, a necessária busca da transformação das condições sociais, políticas e econômicas por meio do exercício responsável de nossos direitos e deveres cidadãos”.
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