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"Os consagrados testemunham o amor de Deus no mundo", diz o Arcebispo de Porto Alegre

Porto Alegre – Rio Grande do Sul (Terça-Feira, 11/08/2015, Gaudium Press) Dom Jaime Spengler, Arcebispo de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, escreveu um artigo sobre a vida consagrada, que faz de Deus e de seu amor pela humanidade a referência maior de sua busca, pois ela quer ser sinal daquela realidade escatológica, na qual Deus será tudo em todas as coisas.

Conforme o Prelado, o amor de Deus e dos homens atraiu ao longo da história homens e mulheres – e continua atraindo ainda hoje – que abandonaram tudo e acolheram o desafio da consagração. Ele explica que essa consagração é assumida como caminho de vida para se lançar mais radicalmente no serviço à humanidade.

“Pode-se dizer que as diversas expressões de consagração, presentes em distintas tradições religiosas, expressam o desejo profundo do ser humano de cooperar na busca de indicações para questões fundamentais da existência humana: o que é o ser humano, qual o sentido e fim de nossa vida, o que é o bem e que é o pecado, qual a origem dos sofrimentos e qual sua finalidade, qual o caminho para obter a verdadeira felicidade, o que é a morte, o julgamento e retribuição após a morte e, finalmente, o que é aquele supremo e inefável mistério que envolve nossa existência, donde nos originamos e para o qual caminhamos? Todas essas questões estão presentes como maior ou menor vigor em distintas tradições religiosas”, avalia.

Dom Jaime salienta que os consagrados são pessoas que sentem mais intensamente as realidades divinas e se sentem impelidas a cultivar uma maior abertura também para as demais pessoas. Segundo ele, na história brasileira e gaúcha é possível identificar uma miríade de pessoas consagradas que marcaram e marcam vigorosamente a vida do povo brasileiro.

“Quanto bem realizado; quanta dedicação e espírito de serviço; quanta paixão pelo ser humano; quanta dedicação em favor da promoção da vida; quanto amor! A história do Brasil e do Rio Grande do Sul ainda haverá de ser escrita a partir do ocular da vida consagrada”, acrescenta.

O Arcebispo recorda que o Papa Francisco quis que o ano de 2015 fosse dedicado à reflexão, ao estudo, à promoção e à exposição dessa forma peculiar de vida. Os consagrados, de acordo com o Santo Padre, possuem não apenas uma história gloriosa para recordar e narrar, mas uma grande história a ser construída e, por isso, ele os convida calorosamente a olhar para o futuro, pois o próprio Espírito para lá os projeta, a fim de realizar com eles coisas ainda maiores!

Para o Prelado, este ano dedicado à vida consagrada representa uma oportunidade para que todos os que creem no Cristo tomem consciência do dom que é a presença de tantas consagradas e de tantos consagrados, herdeiros de grandes santos que fizeram a história do cristianismo em nossa sociedade. Ele lembra que Paulo VI dizia que sem esse sinal concreto a caridade que anima a Igreja inteira correria o risco de se resfriar, o paradoxo salvífico do Evangelho, de se atenuar, o “sal” da fé, de se diluir num mundo em fase de secularização.

“A secularização acelerada desafia a todos os cristãos, e em especial os consagrados, a resgatar a centralidade de Cristo e da palavra de Deus na vida do cotidiano. Tal observação pode soar como uma provocação; provocação aos homens e mulheres de boa vontade a se lançarem num itinerário, a reconduzi-los à fonte de toda a vida radicada em Jesus Cristo: caminho, verdade e vida”, destaca.

Por fim, o Arcebispo afirma que os consagrados são profetas de um modo particular de vida, fundamentado no Evangelho; são arautos da sempre necessária vigilância, ou seja, do cuidado para com o próprio íntimo, o próprio coração; são promotores da vida em comum, pois recordam a dignidade e a necessidade da comunidade; promovem a escuta das necessidades, dos desejos, das desilusões e da esperança de tantos.

“Provocam, especialmente, os discípulos de Jesus Cristo, a saírem, a buscarem novos caminhos para anunciar a boa nova de salvação trazida pelo Homem de Nazaré, capaz de fazer novas todas as coisas; demonstram ser possível a convivência entre jovens e idosos, entre observância e profecia, entre irmãos e irmãs; testemunham o amor de Deus presente no mundo”, conclui. (FB)

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