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O Mont Saint-Michel e a mais avançada técnica a serviço da maravilha medieval

Paris – França (Quinta-feira, 07-05-2015, Gaudium Press) A mais avançada técnica digital a serviço da fina e pura tradição medieval. A ciência numérica rendendo culto de arrebatamento, veneração e ternura a uma das maiores maravilhas que habita o planeta: isso é algo que manifesta ordenação, que pelo menos alegra a certos espíritos não iconoclastas das excelências do passado. É o que está ocorrendo no Mont Saint-Michel, o majestoso complexo beneditino com aquela agulha coroada pela imortal figura do arcanjo São Miguel, colocada ali por ordem do grã Violet-le-Duc, complexo localizado ao noroeste da doce e bela França.

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Dado o valor inestimável deste tipo de construções patrimônio da humanidade, sua restauração e conservação é das coisas mais difíceis a realizar.

Ali, em meio de um evocativo claustro medieval, claustro transcendente que rodeio um fino gramado, claustro suportado por duas fileiras de delicadas colunas, se passam alguns técnicos-homens que portam e consultam curiosos instrumentos, se apoiam em trípodes, com câmeras, telas, laptops, e muitas, muitas cifras, infinitos dados.

“Estamos digitalizando todas as construções da Maravilha”, diz Guillermo Robiquet, funcionário de Arte Gráfica e Patrimônio (Art Graphique et Patrimoine), empresa que se dedica ai levantamento de dados dos edifícios históricos. “Maravilha”: assim se denomina coloquialmente e de longa data a principal construção do Mont Saint Michel, que inclui a Sala de Anfitriões, a Sala dos Cavaleiros, um claustro, todo em um conjunto de três níveis.

O instrumento principal dessa empresa digital é um scanner laser que registra em 3D, de forma precisa e rápida, tudo o que um olho pode perceber ao seu redor, em 360º, tanto em sentido horizontal como em sentido vertical. Já não é preciso consultar antigos planos às vezes inexatos, pois o aparato em questão os realiza com inédita precisão. Para que?O Mont Saint-Michel e a mais avançada técnica a serviço da maravilha medieval 2.jpg

Para a conservação de um dos mais importantes monumentos do mundo afetado por condições climatológicas das mais duras: Sal marinho, ventos do oeste, tempestades elétricas, em uma zona que é sísmica, e constituída de pedras humildes que suportam dia após dia a afluência de incontáveis peregrinos. Tal situação merece um cuidado mais que materno.

Essas técnicas digitais inclusive permitem encontrar os “erros” de antigas restaurações, particularmente aquelas dos séculos XIX e XX, como por exemplo o emprego de cimento demasiado hermético, ou quando se aplicou cimento sobre o que deveria ser um visível granito. O importante acaba sendo o de sempre; voltar às origens, respeitar o espírito que se plasmou na obra original, para que ele continue entonando seu cântico aos séculos futuros, na medida em que as múltiplas mudanças sofridas ao longo do tempo o permitam.

As fadigas das centenárias rochas; pedras que se desgastaram mais que outras, algumas que claramente devem ser substituídas, juntas demasiadamente ocas, muros não bem recobertos, etc. Tudo está sendo avaliado.

Os trabalhos de levantamento de dados se prolongarão até o final de Junho. E aí será a ocasião dos arquitetos e obreiros restauradores, que deverão fazer o planejamento dos trabalhos concretos futuros. Para que sobreviva o Mont Saint Michel. Para que não se apague; para que siga brilhando. (GPE/EPC)

Gaudium Press / S.C.

Com informações de La Croix

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