Guerra contra os amalecitas
Redação – (Terça-feira, 05-05-2015, Gaudium Press) – Josué, discípulo perfeito de Moisés e grande guerreiro, obtém brilhante vitória contra os amalecitas, graças a seu valor militar, mas sobretudo às orações de Moisés.
Vejamos como isto aconteceu:
Após o milagre da água do rochedo, ocorrido em Massa e Meriba, os israelitas se depararam com nova dificuldade: um povo inimigo veio combater contra eles.
“O Senhor é meu estandarte”
Esse povo se chamava amalecitas porque provinha de Amalec, descendente de Esaú (cf. Gn 36, 12).
Moisés disse a Josué – seu fiel servidor, o qual introduzirá, 40 anos depois, os hebreus na Terra Prometida – que escolhesse alguns homens de valor e fosse com eles lutar contra os amalecitas. Josué foi o general dessas tropas de elite.
Ao iniciar-se a batalha, Moisés tomou o seu cajado e, acompanhado de seu irmão Aarão e Hur, subiu a uma colina a fim de rezar com os braços erguidos. Enquanto o profeta se mantinha nessa posição, os israelitas venciam, mas se abaixava os braços os amalecitas tinham vantagem.
Então, foi colocada uma pedra para que Moisés nela se sentasse, e Aarão e Hur seguraram seus braços levantados. Assim ele se manteve até o pôr do Sol, “e Josué derrotou Amalec e sua gente a fio de espada” (Ex 17, 13).
Deus disse a Moisés que escrevesse esse fato num livro, para que fosse sempre recordado; e comunicasse a Josué que o Altíssimo apagaria “a lembrança de Amalec, debaixo do céu” (Ex 17, 14).
Moisés ergueu ali um altar e deu-lhe o nome: “O Senhor é meu estandarte.”
Comentando o porte de Moisés durante sua oração, afirma o Padre Fillion: “Moisés, estendendo seus braços em forma de cruz, foi frequentemente considerado pelos Padres como uma prefigura de Nosso Senhor Jesus Cristo.”
Jetro visita Moisés
O sogro de Moisés, Jetro, que era sacerdote do Deus único, foi visitá-lo certo dia, tendo o profeta lhe narrado com detalhes o que acontecera no Egito e os milagres feitos pelo Onipotente. Admirado, Jetro “ofereceu um holocausto e sacrifícios a Deus” (Ex 18, 12).
No holocausto havia a destruição completa da vítima, enquanto que no sacrifício era reservada uma parte dela para ser comida numa refeição religiosa.
E, observando que Moisés ficava praticamente o dia todo julgando os casos apresentados pelos hebreus, Jetro disse ao profeta que, devido a esse intenso trabalho, ele ficaria esgotado.
Recomendou-lhe, então, que escolhesse homens de categoria, tementes a Deus, para ajudá-lo nessa obra; eles seriam chefes de mil, de cem, de cinquenta e de dez pessoas.
Moisés acolheu esse sapiencial conselho e estabeleceu, entre os israelitas, uma hierarquia composta de quatro graus. Esses auxiliares julgariam as causas menos importantes; as mais graves deveriam ser levadas ao profeta do Altíssimo.
Depois, Moisés se despediu de Jetro, que voltou para sua terra.
Preparação para um acontecimento grandioso
No terceiro mês após a saída do Egito, os hebreus chegaram ao deserto do Sinal, onde montaram acampamento.
O profeta subiu a montanha, onde Deus lhe falou que deveria transmitir ao povo esta mensagem: “Vistes o que fiz aos egípcios, e como vos levei sobre asas de águia e vos trouxe a Mim. Agora, se realmente ouvirdes minha voz, e guardardes a minha aliança, sereis para Mim a porção escolhida entre todos os povos. Na realidade é minha toda a Terra, mas vós sereis para Mim um reino de sacerdotes e uma nação santa” (Ex 19, 4-6).
Transmitida essa magnífica mensagem ao povo, este declarou que faria tudo o que o Senhor determinasse.
Deus, então, ordenou que os israelitas se preparassem, mantendo-se puros de alma e corpo – inclusive lavando as próprias vestes -, durante dois dias; e no terceiro dia Ele desceria “à vista de todo o povo sobre a montanha do Sinai” (Ex 19, 11).
E o Altíssimo mandou a Moisés que fossem feitas marcas em torno da montanha, as quais não deveriam ser ultrapassadas. As pessoas – e mesmo os animais – que não respeitassem essa norma deveriam ser mortas a pedradas ou flechadas.
Assim, tudo ficou preparado para um dos mais grandiosos acontecimentos da História: a revelação dos Dez Mandamentos.
“A cena inteira tem um caráter majestoso, solene, que a tornava muito própria ao fim que se propunha o Senhor. Nenhum altar convinha melhor que este gigantesco e magnífico Sinai, para celebrar a união de Jeová e seu povo.”
Peçamos à Santíssima Virgem a graça de nos compenetrarmos do poder da oração em todas as circunstâncias da vida, principalmente na batalha incruenta contra aqueles que planejam nossa perdição, bem como os que pretendem destruir a Santa Igreja.
Por Paulo Francisco Martos
(in “Noções de História Sagrada” nº 26)
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1) – FILLION, Louis-Claude. La Sainte Bible commentée. 6. ed. Paris: Letouzey et ané. 1923 v. 1, p. 244.
2) – Cf. Idem, ibidem, p. 246.
3) – Idem, ibidem, p. 248.
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