Antiga Basílica de Guadalupe dedica “Altar das Dores” em preparação à Semana Santa
Cidade do México – México (Quinta-feira, 26-03-2015, Gaudium Press) Com a cor roxa representativa da Quaresma, o Templo Expiatório a Cristo Rei -Antiga Basílica de Guadalupe- no México, tem dedicado mais uma vez o “Altar das Dores”, uma das tradições mexicanas que antecedem a Semana Santa que se iniciará no próximo dia 1º de março com o Domingo de Ramos.
Consagrado a Nossa Senhora em sua invocação das Dores, o altar -que poderá ser visitado até o dia 04 de abril-, é um costume que nasceu no século XVII na Nova Espanha, e que tem um grande significado espiritual, assim como catequético, já que se realiza com a intenção de que fiéis mitiguem de alguma maneira a dor que a Virgem experimentará com a paixão e morte de seu Filho Jesus Cristo.
A tradição consiste em dispôr um altar à Mãe de Deus na sexta-feira anterior à Semana Santa, tendo sempre em conta as sete dores que durante a vida de Jesus experimentou Maria: A profecia do ancião Simeão, a fuga ao Egito, o Menino Jesus perdido no templo, Maria encontra a Jesus carregando a Cruz, a Crucifixão, Maria recebe em seus braços o corpo de seu defunto filho e a sepultura de Jesus.
Vários são os símbolos que se dispõem quando se prepara o altar: imponentes candelabros com suas velas para contemplar o coração transpassado e dolorido da Virgem; trigo germinado para representar a Jesus Eucaristia; assim como ervas aromáticas e sementes que simbolizam o plantio e são herança das povoações indígenas; laranjas ácidas para recordar o pecado de Eva, e papel picado que representa a Virgem que venceu o pecado e aceitou o sofrimento. Também são colocadas esferas artesanais para simbolizar as lágrimas derramadas por Nossa Senhora.
Já no centro, na parte alta, se encontra a Virgem Dolorosa cujo rosto sempre reflete a grande tristeza e dor que padecer pela cruenta morte de seu filho. Suas mãos permanecem unidas sustentando um lençol e é representada com seu coração transpassado por sete espadas, que significam as sete dores que experimentou. Tudo marcado com a cor roxa do tempo quaresmal.
Tradicionalmente, o “Altar das Dores” é instalado nos templos mais significativos sendo parte importante da Semana Santa. Antigamente, no século XVIII, este tinha um grande significado para a Colegiata de Guadalupe que contava com um monumento permanente para a Virgem Dolorosa e celebrava um ofício especial o dia de sua festividade -a Sexta-feira das Dores-, ocasião na qual se entoava o ‘Stabat Mater’ -‘Estava a Mãe’-, que é um canto atribuído ao Papa Inocêncio III e ao franciscano Jacopone da Todi, com a qual se medita o sofrimento de Maria e é oferecido a Ela como desagravo às suas dores.
Duas são as festividades dedicadas à Virgem Dolorosa: a Sexta-feira das Dores, que é a sexta-feira anterior ao Domingo de Ramos, e a festividade oficial no dia 15 de setembro. (GPE/EPC)
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