“Caminhar juntos é uma forma de manifestar o mesmo objetivo”, diz o Bispo de Cornélio Procópio
Cornélio Procópio – Paraná (Segunda-Feira, 23/03/2015, Gaudium Press) Dom Manoel João Francisco, Bispo da Diocese de Cornélio Procópio, no Paraná, escreveu um artigo em que ele afirma que o tempo da Quaresma se encaminha para o fim e no próximo domingo a Igreja já celebrará o Domingo de Ramos e o início da Semana Santa.
O Prelado explica que o Domingo de Ramos tem duas origens: na Igreja do Oriente, por volta do século V, os cristãos recordavam a entrada de Jesus na cidade de Jerusalém, descrita pelos quatro evangelistas e faziam uma procissão que iniciava no Monte das Oliveiras e ia até o Santo Sepulcro, o lugar da ressurreição; na mesma época, em Roma, este domingo era caracterizado pela leitura da Paixão.
“As novas gerações de cristãos formadas pelos povos vindos do norte não se adaptaram à austeridade e sisudez da liturgia romana. Foi então que, no fim do século X início do século XI, também em Roma se passou a fazer a Procissão de Ramos, sem, contudo, deixar de fazer a leitura da Paixão. Por isso as duas tradições até hoje permanecem justapostas em uma única celebração”, completa.
Para o Bispo, a celebração do Domingo de Ramos costuma ser muito concorrida. Ele afirma que os chamados “católicos de ocasião” costumam vir neste dia e, por isso, a celebração deve ser muito bem preparada, para tocar o coração destes “quase forasteiros” e quem sabe trazê-los de volta à comunidade. Dom Manoel lembra ainda que a liturgia sempre tem uma dimensão evangelizadora e no Domingo de Ramos esta dimensão deve particularmente ser realçada.
“Atenção especial deve ser dada à procissão. Ela, em si mesma, se bem organizada poderá ser um elemento forte de evangelização. A procissão, antes de tudo, lembra-nos que somos peregrinos, que aqui na terra não temos morada permanente e que nossa meta é o céu. Caminhar juntos é uma forma de manifestar o mesmo objetivo. Fazendo memória da entrada de Jesus em Jerusalém, os fiéis expressam sua decisão de segui-lo, inclusive, no seu sacrifício de cruz, e assim, um dia, com ele, entrar na glória da Jerusalém celeste”, avalia.
Por fim, o Prelado ressalta que o Domingo de Ramos é apenas o início da Semana Santa marcada por outras celebrações muito importantes e cheias de conteúdo, alimento de nossa vida de filhos e filhas de Deus. Conforme ele, o Tríduo Pascal, que começa na quinta-feira santa à tarde e termina no sábado com a Vigília Pascal, é o exemplo mais típico, pois nestas celebrações se faz memória dos fatos mais relevantes da história da salvação.
“O pequeno espaço desta reflexão não vai permitir um aprofundamento de cada uma delas. Fica, por isso, o convite para participarmos de todas. Esta é uma oportunidade única. É o dia que o Senhor fez para nós, vamos exultar e nos alegrar”, conclui. (FB)
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