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Publicado o manuscrito de um peregrino de Compostela de 1610

Santiago de Compostela – Espanha (Terça-feira, 10-03-2015, Gaudium Press) Um documento de grande valor histórico para o Caminho de Santiago foi lançado recentemente. Trata-se do manuscrito de um peregrino de 1610, Diego Guzmán, que era esmoler e capelão real, e oferece um relato maravilhoso -consignado em seu diário- sobre a famosa peregrinação.

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O manuscrito foi dado a conhecer graças ao trabalho do historiador e professor Julio Vázquez que realizou um estudo rigoroso do relato, o qual foi de grande interesse para a história do Caminho, assim como para Santiago de Compostela.

Com apenas 25 folhas, o diário relata as vivências pessoais de Guzmán e oferece dados históricos interessantes, assim como o contexto social, que seu autor ia encontrando no caminho. Entre os elementos de grande valor histórico, Guzmán descreve de maneira maravilhosa o funcionamento do Botafumeiro; um dos símbolos mais famosos e populares da Catedral de Santiago, já que é incensário de grandes dimensões que só é possível movê-lo com a intervenção de oito homens, chamados os “tiraboleiros”. O botafumeiro mede 1,50 metros, pesa 53 quilos, e é utilizado por motivos litúrgicos.

Além disso, contêm um resumo dos costumes dos peregrinos da época e a maneira como estes manifestavam sua chegada à Catedral. Uma peregrinação que, como descreve o historiador Vázquez, supôs um antes e um depois para Guzmán, já que foi realizada em um Ano Santo, e seus reis, Felipe III e sua esposa, foram os primeiros a oferecer presentes ao Apóstolo Santiago.

O livro foi apresentado há pouco nas instalações da Universidade de Santiago de Compostela (USC), evento que contou com a presença de Julio Vázquez, que detalhou o tempo que tardou em aprontar o livro. A obra está complementada, ainda, por um resumo do manuscrito feito pelo próprio peregrino no ano de 1617 e no qual dá ênfase sobre a piedade dos monarcas, em nome dos quais caminhou até Santiago.

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Por sua parte, Rafael Sánchez, gerente de Xacobeo -instituição pública dependente da Junta de Galicia que está a cargo da promoção turística e cultural do Caminho- que participou da apresentação da obra, destacou que o diário de Guzmán é agora um imprescindível para “documentar a história do Caminho de Santiago e contribuir para a consolidação dos elementos materiais e imateriais que o singularizam há séculos”.

O documento, publicado pela Editora Alvarellos, inclui além do texto integral do manuscrito e o estudo de Julio Vázquez, 40 ilustrações, entre elas um desenho desconhecido de Santiago de Compostela realizado por um anônimo em 1966. (GPE/EPC)

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