"A causa da desorientação é a ausência de Deus", diz o Bispo de Cornélio Procópio
Cornélio Procópio – Paraná (Segunda-Feira, 09/03/02015, Gaudium Press) Dom Manoel João Francisco, Bispo da Diocese de Cornélio Procópio, no Paraná, escreveu em seu recente artigo uma reflexão sobre os Dez Mandamentos. Ele inicia o texto afirmando que, na segunda leitura proclamada na liturgia do último domingo, nos foi apresentada as “dez palavras” de Deus, ou seja, os “Dez Mandamentos”, segundo a versão do livro do Êxodo (Ex 20,1-3.7-8.12-17).
De acordo com o Prelado, com muita frequência as pessoas consideram os Dez Mandamentos como algo fora de época, propostas reacionárias, descabidas e ultrapassadas, inventadas para limitar nossa liberdade ou para impedir nossa autonomia. Porém, ele salienta que uma meditação calma e tranquila permite-nos abrir os olhos e contemplar as maravilhas desses preceitos (cf. Sl 118,18).
“Na verdade, os Dez Mandamentos são leis para pessoas livres. Foram escritas para balizar a caminhada de um povo que, a duras penas, acabava de conquistar sua liberdade e precisava consolidá-la. A verdadeira liberdade vai além da liberdade física. Aliás, a liberdade física adquire consistência e consegue se manter, somente quando um povo se libertar também da escravidão do egoísmo, da autossuficiência, da injustiça, do comodismo, das paixões, da cobiça, da exploração, da idolatria, da feitiçaria, das intrigas, dos ciúmes, das facções, das invejas, das bebedeiras, das orgias e outras coisas semelhantes (cf. Gl 5,19-21)”, recorda o Bispo.
Outro aspecto analisado por Dom Manoel diz respeito a uma pesquisa feita com jovens americanos de 18 a 23 anos, que constatou que estes “adultos emergentes”, assim são chamados na pesquisa, formam uma geração que fracassou na formação moral e acham que ninguém pode se moralmente julgado.
Segundo eles, os atos das pessoas são adequados ou inadequados. O Prelado afirma que não se pode dizer, porém, que algo seja objetivo e moralmente bom ou mau. Ele destaca que alguns desses jovens defendem a retidão moral dos terroristas que causam a morte de multidões, o que os tornam sem rumo, a deriva. “A causa de toda esta desorientação, com certeza, é a ausência de Deus e o desconhecimento de seus mandamentos”, avalia.
Por fim, Dom Manoel salienta que os Dez Mandamentos podem ser comparados aos manuais de instruções que acompanham os aparelhos eletrodomésticos, pois o fabricante do aparelho conhece o material e a estrutura da máquina em questão e dá, em detalhes, as orientações para usá-la. Conforme ele, se as normas forem seguidas, o proprietário terá uma máquina por longo tempo, mas se não forem levadas em conta, logo o aparelho se estragará.
“Deus nosso criador também nos conhece por dentro e por fora. Por isso nos deu os Dez Mandamentos, as instruções para o nosso bom desempenho. Se obedecermos teremos uma vida feliz, enquanto pessoas e enquanto sociedade, se não obedecermos seremos pessoas desajustadas e teremos uma sociedade desequilibrada”, conclui. (FB)
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