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"Nada depende de nós, tudo vem de Deus", diz Bispo de Cornélio Procópio

Cornélio Procópio – Paraná (Terça-Feira, 03/03/2015, Gaudium Press) Dom Manoel João Francisco, Bispo da Diocese paranaense de Cornélio Procópio, escreveu o artigo “Abraão, modelo de fé”, em que ele afirma que no último domingo, segunda da Quaresma, a liturgia colocou diante de nós a figura de Abraão, que não hesita sacrificar seu filho único para demonstrar sua fé e seu amor a Deus.

O Prelado recorda que em diversas passagens da Bíblia Abraão é apresentado como pai dos crentes e modelo de fé. “Abraão teve fé em Deus, e isto lhe foi levado em conta de justiça, e ele foi chamado amigo de Deus” (Tg 2,23; Hb 11,8-12; Gl 3,6-9; Rm 4,1-5.13-25).

Ele ainda afirma que, conforme a Bíblia, Deus, ao chamar Abraão, fez-lhe uma grande promessa: “Farei de ti um grande povo. Eu te darei a minha bênção: farei o teu nome tão famoso, que ele será uma fonte de bênção! Darei a minha bênção aos que te abençoarem, e a minha maldição aos que te amaldiçoarem! Em teu nome serão abençoados todos os povos da terra” (Gn 12,2-3); “Pela fé nós nos tornamos descendentes de Abraão e como tais herdeiros da bênção da promessa” (Gl 3, 6.14).

Segundo o Bispo, a Quaresma é o período em que somos chamados a reassumirmos nossa vida de cristãos e de cristãs, ou seja, de voltarmos à fonte batismal onde, recebendo o Espírito Santo, nascemos pela fé e para fé, nos tornamos filhos e filhas de Deus, e passamos a fazer parte do Povo da promessa.

“Com efeito, vós todos sois filhos de Deus, pela fé no Cristo Jesus. Vós todos que fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo. Não há mais judeu ou grego, escravo ou livre, homem ou mulher, pois todos vós sois um só, em Cristo Jesus. Sendo de Cristo, sois, então, descendência de Abraão, herdeiros segundo a promessa” (Gl 3,26-29).

Para Dom Manoel, fazer memória de Abraão, durante a Quaresma, tem uma intenção pedagógica: é um convite a imitá-lo. Ele explica que assim como Abraão, diante da promessa divina, não fraquejou nem vacilou, mas revigorou-se na fé e esperou contra toda esperança, nós também somos chamados a crer e confiar, embora, com freqüência, as circunstâncias da vida não nos pareçam favoráveis.

“Como Abraão pela fé, sabemos que nada depende de nós, nem de nossas obras, mas tudo vem de Deus. Sem Deus nada somos, nada podemos. Em Deus e com Deus tudo concorre para o nosso bem e tudo nos é favorável”, completa.

Por fim, o Prelado lembra que na cena do sacrifício de Isaac, a fé de Abraão passa por uma prova de fogo, pois, como afirma a carta aos Hebreus, Abraão precisou crer que Deus tinha poder de até ressuscitar os mortos (Hb 11,19) e não foi decepcionado, pois Deus se revelou como Deus da vida, mostrando que sacrifícios humanos não são do seu agrado (Dt 12,29-31; Jr 7,31).

“Neste tempo da Quaresma em que somos convidados a sair de nós mesmos e nos voltar para Deus, é preciso ter diante dos olhos o exemplo de Abraão que foi fonte de bênçãos para todos porque teve a coragem de pôr sua segurança somente em Deus e esperar contra toda esperança”, conclui. (FB)

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