"A Quaresma deve ser o tempo do silêncio", diz o Bispo de Erechim
Erechim – Rio Grande do Sul (Sexta-Feira, 27/02/2015, Gaudium Press) “Da boca do Pai, a missão do Filho” é o título do mais recente artigo de Dom José Gislon, Bispo Diocesano de Erechim, no Rio Grande do Sul. Em sua reflexão, o Prelado afirma que na vida cotidiana ninguém sai do trabalho ou de casa no improviso para ir a uma festa; entre o convite e o evento em si, existe o tempo da espera e o da preparação, quando procuramos nos organizar, escolhendo o traje adequado para vestir e qual o presente a comprar para oferecer em certas ocasiões.
Ele explica que a Quaresma é pois o tempo especial de preparação para a celebração da Páscoa. Segundo o Bispo, a Igreja, ciente da sua missão de zelar pela vida espiritual de seus filhos e filhas, nos oferece, através da palavra de Deus e do Sacramento da Reconciliação, um itinerário de formação espiritual continuada, com o objetivo de nos preparar para a festa da celebração da Páscoa do Senhor.
“No caminho espiritual do cristão, está presente o deserto, símbolo da aridez, das tentações, das provações, do despojamento e da purificação. Mas o deserto, visto como o lugar de provação física, na Bíblia, é também lembrado como o lugar da purificação, da escuta e do encontro com Deus. Portanto, a Quaresma, na vida do cristão, deveria ser o tempo do silêncio, da escuta, da reflexão e do discernimento”, avalia.
De acordo com Dom Gislon, não o silêncio visto como fuga da realidade da vida que busca um mundo paralelo e mais fácil, mas o silêncio que busca contemplar o vulto transfigurado de Cristo Jesus, sobre o qual resplandece a luz de Deus e a face do Pai. Ele ainda lembra que a figura de Cristo transfigurado está presente hoje no rosto desfigurado do pobre e do enfermo, do prisioneiro e do imigrante, e nós somos chamados a mostrar, através da nossa fé, traduzida em obras de caridade, o rosto da bondade e da compaixão de Jesus.
“‘Eu vim para servir’ (Mc 10,45), isto é, o colocar-se a serviço da vida dos irmãos, é uma oportunidade que Deus nos oferece para fazer renascer o sentido da nossa própria vida”, ressalta o Prelado.
Por fim, ele salienta que quando colocamos um pouco da nossa vida, do nosso tempo a serviço da vida dos outros, não rompemos só a barreira do isolamento e da indiferença, mas abrimos as portas do nosso coração ao amor mais sublime, aquele que se doa, que sente compaixão e se compromete com a dignidade da vida dos irmãos e pelo bem geral da comunidade. (FB)
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