O exemplo de Santo Elias nas reflexões do segundo dia de retiro do Papa
Cidade do Vaticano (Terça-feira, 24-02-2015, Gaudium Press) -No segundo dia de Retiro Espiritual feito pelo Papa Francisco, que teve como tema: “Servidores e profetas do Deus vivo”, o pregador carmelita, Padre Bruno Secondin, propôs uma reflexão bíblica, baseada na leitura pastoral do profeta Elias.
Como é do conhecimento de todos, o Papa Francisco e seus mais íntimos colaboradores da Cúria Romana, estão participando de uma semana de Exercícios Espirituais na Casa Divino Mestre, dos Padres Paulinos, em Ariccia.
O acontecimento de Elias, narrado no livro dos Reis (17, 1-17), foi o que inspirou o Padre carmelita a propor um sério exame de consciência pessoal, com base na “Palavra de Deus”, que busca levar o discípulo do Senhor a imergir nesta grande fonte de riqueza.
Na introdução da reflexão deste novo dia, o pregador recomendou “sair da própria aldeia” e a frequentar a “escola da misericórdia” como o profeta Elias.
Padre Secondin explicou que as meditações não pretendem seguir uma ordem cronológica, mas os grandes cenários da Escritura, propondo uma “leitura pastoral e sapiencial” das vicissitudes de Elias. Este é um profeta que caminha e não se detém em um lugar fixo; é um homem em contínuo movimento, um ótimo companheiro de viagem, que passa por experiências de purificação pessoal.
Para que a missão de Elias fosse melhor compreendida, Padre Bruno afirmou ser necessário conhecer o contexto histórico em que ele viveu.
Elias vivia em uma região afastada, distante, com várias dificuldades e pouco bem-estar. A religião era praticada dentro de uma religiosidade tradicional. Ele tem, então, uma reação diante de uma nova realidade que se lhe apresenta cheia de “depravação religiosa e social”: comercial, militar e agrícola, que produziam bem-estar, a ponto de causar vertigem, favorecendo o surgimento e presença de novos deuses, que causavam transtorno na vida do povo.
Neste estado de confusão moral, de depravação e de perda de identidade, o verdadeiro Deus passou a ser considerado bom apenas pelas pessoas ignorantes. Por isso, Elias, por iniciativa própria, reage duramente e ameaça. Tudo por sua própria conta e não por ordem de Deus.
Padre Bruno comenta que o objetivo de Elias era fazer com que o amor de Deus, a confiança nele, fosse o centro da sua existência. Foi por isso que Deus pede ao profeta o desapego dos seus planos pessoais, para que aprendesse a obedecer e a ouvir a Deus, deixando-o atuar livremente.
O pregador carmelita chegou ao fim de sua meditação convidando os presentes a um sério exame de consciência, com base no comportamento de Elias: Será que, algumas vezes, perdi a paciência? Falei claro ou atrás dos bastidores, murmurando e alimentando conversas fúteis? Comporto-me com sobriedade sã e serena? Deixo-me arrastar pelo meu consumo desenfreado na vida, pelas coisas que me circundam, pelo modo de me vestir?
Desanimei? Gosto de estar no centro das atenções e das honras? Tenho confiança na Providência ou sou fanático em programar tudo e a esperar os resultados?
Dentro dessa relação de atitudes, consideradas verdadeiras idolatrias, Padre Bruno ainda alertou os presentes para que não caíssem na tentação de querer misturar tudo, criando uma religiosidade “confusa e sincretista”. (JSG)
Da Redação Gaudium Press, com informações Rádio Vaticano
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