Presidente da Conferência Episcopal do Chile propõe ‘Consenso Básico Ético’ para resolver problemas do país

Santiago (Sexta, 31-07-2009, Gaudium Press) O presidente da Conferência Episcopal do Chile, monsenhor Alejandro Goic, pediu que seja alcançado um ‘consenso básico ético’ entre os líderes do país durante um evento na Comissão de Saúde do Senado na última quarta-feira. Entre outras prioridades, monsenhor Goic também se referiu ao projeto de lei apresentado pelo governo e aprovado neste mês pela Câmara Federal que permite a distribuição gratuita de pílulas do dia seguinte em postos de saúde de todo o Chile.

O bispo de Rancagua propôs, na ocasião, o ‘consenso’ à comissão por conta do Plano Bicentenário do Chile, a ser fechado em 2010 e pediu que sejam dadas soluções aos temas mais urgentes como saúde, educação, habitação e justiça.

Dom Alejandro ainda ressaltou sua ‘dor’ pela maneira como está sendo conduzido o debate sobre os meios de controle da fertilidade e lamentou que os temas relacionados com essa questão sejam discutidos pela presidente em plena campanha política.

“Este debate toca temas tão transcendentais e que vão muito além de um sim ou não a uma pílula (do dia seguinte)”, afirmou, expresando sua preocupação com as trocas de farpas que os candidatos ao governo têm feito entre si.

Acordo Nacional

Por conta das dificuldades de se chegar a um consenso, monsenhor Goic pediu uma troca de ‘perspectiva’ e pediu um ‘Acordo Nacional’ entre todos os chilenos nas matérias em que é possível reunir forças por um objetivo comum.

“É necessário e urgente tomar decisões para conseguirmos uma maior igualdade, salários suficientes e maior justiça social em benefício da dignidade da pessoa humana (…) melhorar a qualidade da educação, em especial dos setores mais vulneráveis; seguir melhorando os projetos de habitação que permitam uma intimidade familiar, que dê dignidade aos país e aos filhos; uma saúde digna e acessível a todos os chilenos”.

Posições divergentes e conflitos ideológicos

Para o bispo, a chegada um consenso nacional nestes problemas apontados deve permitir o enfrentamento de temas controversos, como a sexualidade, o aborto, a eutanásia, a união dos homossexuais entre outros, muitas vezes marcados por conflitos ideológicos.

“Estou convencido de que se conseguirmos o ‘consenso básico ético’ e continuarmos atuando com a pretensão de resolver os principais problemas já mencionados, estes segundos, mais controversos, certamente não desaparecerão, mas podem ser diminuídos desde que tenhamos um acordo social”.