Na Missa da Jornada pela Vida Consagrada, Pontífice fala da obediência e da sabedoria
Cidade do Vaticano (Terça-feira, 03-02-2015, Gaudium Press) Desde que São João Paulo II a instituiu em 1997, todo dia 02 de fevereiro a Igreja universal celebra a Jornada Mundial da Vida Consagrada. Neste ano essa celebração teve uma nota de maior relevo, pois este é o Ano que o Papa Francisco assinalou como comemorativo daqueles que entregaram sua vida a Deus no estado de perfeição evangélica. Neste ano se vive a XIX Jornada, coincidindo com a Festa da Apresentação de Jesus, que foi tema também da prédica do Papa Francisco na Basílica Vaticana.
O Papa convidou aos fiéis na Basílica de São Pedro a visualizar um quadro: “Ponhamos diante dos olhos da mente o ícone de Maria Mãe que vai com o Menino Jesus nos braços. O leva ao Templo, o leva ao povo, o leva para se encontrar com seu povo”. “Maria que entra no templo com Menino nos braços. A Virgem é a que vai caminhando, mas seu Filho vai adiante dela. Ela o leva, mas é Ele quem a leva a Ela por esse caminho de Deus, que vem a nós para que nós possamos ir a Ele”.
Jesus veio ao mundo através da Virgem, e na cena da apresentação a Virgem e Jesus vão até Deus. São percursos que ensinam aos religiosos. “Jesus percorreu nosso mesmo caminho para mostrar-nos o caminho novo, quer dizer o ‘caminho novo e vivo’ (Hb 10, 20) que é Ele mesmo. E para nós, os consagrados, este é o único caminho concreto e sem alternativas, devemos percorrê-lo com alegria e esperança”.
O Pontífice ressaltou a obediência de Jesus à lei de Deus, manifestada na Apresentação no Templo. Obediência que significa humildade e que deve ser divisa do religioso: “Quem segue a Jesus se põem no caminho da obediência, imitando de alguma maneira a ‘condescendência’ do Senhor, abaixando-se e fazendo sua a vontade do Pai, inclusive até a negação e a humilhação de si mesmo (Flp 2,7-8)”. É um “abaixar-se fazendo-se servo para servir”.
É por meio do serviço humilde, após os passos de Jesus, que se alcança a “Sabedoria, que não é uma atitude abstrata mas obra e dom do Espírito Santo, e um sinal evidente desta sabedoria é a alegria. Sim, a alegria evangélica do religioso é consequência do caminho de abaixamento com Jesus… E, quando estamos tristes, quando nos queixamos, nos fará bem perguntar-nos como estamos vivendo esta dimensão kenotika”, expressou o Pontífice.
Esse é o caminho que haviam percorrido os dois anciãos presentes na Apresentação, Ana e Simeão, “pessoas dóceis ao Espírito Santo (se lhe nomeia três vezes), guiadas por Ele, animadas por Ele. O Senhor lhes concedeu a sabedoria após um longo caminho de obediência a sua lei, obediência que, de uma parte, humilha e nega a si mesmo, mas, por outra parte, a obediência acende e custodia a esperança, fazendo-a criativa, porque estavam cheios de Espírito Santo”.
O Papa afirma que também Simeão toma o Menino entre seus braços, “mas, na realidade, é o Menino quem o agarra e o guia. A liturgia das primeiras Vésperas da Festa de hoje o expressa clara e concisamente: ‘Senex puerum portabat, puer autem senem regebat’. Tanto Maria, jovem mãe, como Simeão, ancião ‘avô’, levam ao Menino nos braços, mas é o mesmo Menino quem os guia a eles”.
Finalmente aos religiosos o Pontífice convidou à obediência, a obediência ao fundador, a docilidade e obediência a uma regra de vida, e a maturação da sabedoria pessoal e comunitária. (GPE/EPC)
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