Nas férias, o tempo do descanso deve ser levado a sério, diz Bispo de Santa Cruz do Sul
Santa Cruz do Sul – Rio Grande do Sul (Segunda-Feira, 12/01/2015, Gaudium Press) “Tempo para descansar” é o tema do último artigo de Dom Canísio Klaus, Bispo da Diocese gaúcha de Santa Cruz do Sul, em que ele afirma que muitos trabalhadores aproveitam os meses de janeiro e fevereiro para tirarem suas férias e descansarem depois de um ano de intensos trabalhos. Ele recorda que o direito ao descanso encontra apoio no primeiro livro da Bíblia, quando se diz que, concluído o céu e a terra, “Deus repousou de toda a obra da criação” (Gn 2,3).
O Prelado ainda lembra que na aliança com o povo escolhido (Ex 20), Deus mandou santificar o sábado: “Trabalharás durante seis dias e farás todos os trabalhos, mas o sétimo dia é sábado, descanso dedicado ao Senhor teu Deus”. Segundo ele, o Evangelho narra um episódio em que os apóstolos, depois de relatarem “tudo o que tinham feito e ensinado” (Mc 6,30-32), foram convidados por Jesus a irem para um lugar deserto e descansarem um pouco.
Outro aspecto destacado pelo Bispo é que o Ensino Social da Igreja também ratifica “o direito ao descanso de cada dia, assim como à cessação do trabalho no dia do Senhor” como “condição expressa ou tácita de todo contrato feito entre patrões e operários” (Rerum Novarum, n. 60).
Dom Canísio cita ainda o Papa Francisco que, em recente discurso aos bispos e cardeais da Cúria Romana, afirmou que “descuidar do descanso leva ao estresse e à agitação”. Por isso, “o tempo do descanso, para quem levou a termo a sua missão, é necessário, obrigatório e deve ser levado a sério”. O Pontífice continuou: “Passar um pouco de tempo com os familiares e respeitar as férias como momentos de recarga espiritual e física” é imprescindível, uma vez que, conforme o Livro do Eclesiastes, “para tudo há um tempo”.
De acordo com o Bispo, há, portanto, um tempo para trabalhar e também um tempo para descansar, e as férias são este tempo para descansar e para curtir a família. Ele ressalta que para que as férias sejam proveitosas e não prejudiquem nosso futuro, temos que tirá-las com responsabilidade, pois certamente não são boas férias aquelas que prejudicam a nossa saúde, destroem a nossa família ou criam conflitos com nossa comunidade.
“As férias são boas na medida em que, conforme expressão popular, ajudam a recarregar as baterias. Aquilo que não conseguimos fazer ordinariamente, como dormir por mais tempo, cultivar algum hobby, fazer alguma leitura, viajar ou fazer uma comida diferente, pode ser feito no tempo das férias. Também é importante não descuidar da nossa fé, mantendo a oração diária e a celebração nos finais de semana”, avalia.
Por fim, Dom Canísio deseja que todos consigam tirar o seu período de férias, os que têm a graça de conseguir tirá-las no início do ano, aproveitem para curtir e descansar e os que não têm esta graça agora, não deixem passar o ano de 2015 sem tirar alguns dias de férias.
“Não caiamos naquilo que o Papa Francisco chamou de doença do ‘mortalismo’, numa referência à Santa Marta que ‘estava ocupada com os muitos afazeres da casa’, enquanto ‘Maria se sentou aos pés do Senhor e escutava a sua palavra’. Boas férias com as bênçãos do Deus que descansou, após ter criado o céu e a terra”, conclui. (FB)
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