“Devemos ser uma Igreja segundo o coração de Deus”, diz o Bispo de Cornélio Procópio
Cornélio Procópio – Paraná (Sexta-Feira, 09/01/2015, Gaudium Press) Sobre a festa da Epifania do Senhor, celebrada no domingo passado, Dom Manoel João Francisco, Bispo da Diocese de Cornélio Procópio, no Paraná, escreveu que antes da reforma litúrgica esta solenidade era celebrada no dia 6 de janeiro e em alguns países ainda continua sendo. Ele afirma que aqui no Brasil, porém, por que o dia 6, a maioria das vezes cai em dia de semana, a Igreja transferiu a celebração para o domingo mais próximo.
Conforme o Prelado, Natal e Epifania são duas festas que celebram o mesmo Mistério e se compararmos suas orações, poderemos ver melhor a coincidência. Ele exemplifica afirmando que no prefácio da Epifania rezamos “Quando Cristo se manifestou em nossa carne mortal, vós nos recriastes na luz eterna de sua divindade”; e na oração sobre as oferendas da missa da noite de Natal rezamos “Acolhei, ó Deus, a oferenda da festa de hoje, na qual o céu e a terra trocam seus dons, e dai-nos participar da divindade daquele que uniu a vós a nossa humanidade”.
Além disso, o Bispo recorda que São Leão Magno, em seu segundo Sermão sobre a Epifania, também chamou a atenção para esta coincidência: “Quando o exército dos anjos apareceu aos pastores para anunciar-lhes que o Senhor nascera e a estrela guiou os magos que foram adorá-lo; do oriente ao ocidente correu a notícia do nascimento do verdadeiro rei”.
Dom Manoel explica que a festa de Natal realça a manifestação do Senhor aos seus concidadãos, representados pelos pastores, chamando a nossa atenção para a evangelização “ad intra”, ou seja, para a evangelização dos batizados que estão distantes da prática da fé e da vida eclesial, mas que são membros da Igreja. Já na Epifania, ele destaca que voltamos nosso olhar para os outros povos e nações, representadas pelos magos e nossos pensamentos se preocupam então com a evangelização em sua dimensão “ad extra”.
O Papa Francisco tem insistido muito na dimensão missionária da Igreja, tanto “ad intra” quanto “ad extra”. Ele fala de uma Igreja “em saída”, e que prefere “uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e pela comodidade de se agarrar às próprias seguranças”.
O Pontífice ainda afirma: “Não quero uma Igreja preocupada em ser o centro, e que acaba presa num emaranhado de obsessões e procedimentos. Se alguma coisa nos deve santamente inquietar e preocupar a nossa consciência é que haja tantos irmãos nossos que vivem sem a força, a luz e a consolação da amizade com Jesus Cristo, sem uma comunidade de fé que os acolha, sem um horizonte de sentido e de vida” (EG 49).
Falando um pouco de sua realidade pastoral, Dom Manoel comenta que na Diocese de Cornélio Procópio coloca como uma das urgências a ação missionária permanente e que no intuito de concretizar esta urgência várias paróquias têm realizado missões populares, visitando as famílias para fazer-lhes o primeiro anúncio, ou como se fala, em termos técnicos, para anunciar-lhes o querigma.
Segundo ele, em nível diocesano, o Conselho Missionário Diocesano programou e realizou quatro missões paroquiais: uma em cada setor da Diocese. O Prelado afirma que, na avaliação feita, todos opinaram que a experiência deve continuar, e, por isso, para este ano, mais quatro missões paroquiais estão programadas.
“Queira Deus que a consciência missionária cresça sempre mais entre nossos fiéis e entre nossos ministros, ordenados e não ordenados. Pois só assim haveremos de ser uma Igreja segundo o coração de Deus”, avalia o Bispo. (FB)
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