Cardeal Dom Odilo: o Advento nos traz a “tônica da esperança”
São Paulo (Terça-feira, 16-12-2014, Gaudium Press) “Aproxima-se o Natal e os cristãos preparam-se para lembrar, mais uma vez, o nascimento de Jesus Cristo; tempo de festas e presentes, de ações de bondade e solidariedade… O Natal é envolvente.”
Foi assim que o Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, iniciou seu mais recente artigo, sobre o Natal do Senhor, frisando o fato de haver ainda muitos que não creem no poder da salvação de Deus, mas que apesar disso, essa época acaba sendo vista como um “tempo de renovação da esperança” para todos os cristãos.
“O Natal recorda que o homem não está só neste mundo: Deus veio ao seu encontro, entrou na sua história de maneira surpreendente, tornando-se próximo de todo homem, estendendo a mão para soerguer os caídos, curar os enfermos, libertar pobres e oprimidos e trazer luz e consolo aos aflitos”, escreveu.
Segundo Dom Odilo, o Advento, período este que antecede o Natal na Liturgia, nos traz a “tônica da esperança”, uma vez que a “salvação” a qual foi anunciada e esperada “vai além daquela que o homem pode dar a si mesmo e transcende as capacidades humanas”, pois “é oferecida por Deus ao homem, que só pode acolhê-la de coração agradecido, dispondo-se a cooperar livremente com a obra de Deus”.
“Mesmo assim, Deus não entra na história do homem para assumir o lugar dele, mas para ser seu companheiro, confortá-lo e orientá-lo em seu caminho, atraindo-o suavemente, mas de modo irresistível, para aqueles bens absolutos que o coração humano deseja e busca, muitas vezes sem o saber.”
Continuando, o purpurado disse que, “ao afirmar que o Filho de Deus se fez humano e passou a viver entre os homens, a Fé dos cristãos refere-se a algo inaudito”, que vem desde o início, quando os cristãos eram conscientes de anunciarem “uma grande alegria”, com base uma bela expressão do Evangelho do Natal.
Sendo assim, prosseguiu Dom Odilo, “os cristãos nunca mais deixaram de lembrar que no Natal, comemoramos a maravilha das maravilhas: em Jesus Cristo. Deus tornou-se próximo de cada homem; tão próximo, que se fez um deles”, mostrando sua compaixão e misericórdia “para os que, na nossa lógica soberba, não contam e podem ser descartados”, e “a todos estendeu a mão para resgatá-los de toda alienação”.
“O Natal nos aponta para o que é verdadeiramente humano. Para um recém-nascido, voltam-se as atenções, porque ele representa o novo, o surpreendente… O Papa Francisco fala que é preciso acolher as surpresas de Deus nas várias circunstâncias da vida, alegres ou tristes. Deus é surpreendente e, bem por isso, também é a fonte da esperança, uma vez que nem tudo depende só de nós; se viesse a ser realidade apenas aquilo que nós somos capazes de suscitar, não haveria esperança de superação dos nossos limites”, acrescentou. (LMI)
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