Situação dos indígenas na Colômbia é grave e preocupante, afirma relator da ONU
Bogotá (Terça, 28-07-2009, Gaudium Press) O relator especial da ONU (Organização das Nações Unidas), James Anaya, qualificou nesta segunda-feira como “grave, crítica e profundamente preocupante” a situação social e humana dos indígenas na Colômbia, em meio ao prolongado conflito armado do país.
A Colômbia enfrenta a mais prolongada guerra civil das Américas, que já deixou milhões de desabrigados e milhares de mortos entre civis.
Anaya exigiu do governo iniciativas em matéria de saúde e educação em prol dos cerca de 87 povos indígenas colombianos.
“O relator especial convoca o governo a tomar as medidas necessárias para que as iniciativas relacionadas com os povos indígenas sejam efetivas, adequadas e consultadas com os povos indígenas”, afirmou ele em nota divulgada depois de uma visita de cinco dias.
Anaya também se mostrou “extremadamente preocupado” pelo desconhecimento que as Farc e demais grupos ilegais demonstram sobre as regras dos direitos humanos e do direito internacional humanitário.
“Segundo a informação recebida, esses grupos são os principais responsáveis pelos assassinatos de indígenas e por outros crimes graves, que afetam desproporcionalmente os povos indígenas”, disse.
O relator ainda pediu aos grupos armados que abandonem a prática de recrutamento forçado de crianças indígenas, assim com o uso de minas antipessoa.
Guerrilhas
No começo de 2009, a guerrilha Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), a principal do país, foi acusada de cometer um massacre contra 27 índios da etnia awá, no sul do país.
As Farc e o ELN (Exército de Libertação Nacional) são as principais guerrilhas da Colômbia e foram formados no final da década de 1960. Suas principais fontes de renda são o tráfico de drogas e o resgate obtido com seqüestros. Estima-se que o conflito na Colômbia já tenha deixado cerca de 30 mil mortos em cerca de 40 anos.
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