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“Dar coisas é fácil, o difícil é comprometer-se com a vida do outro”, diz o Arcebispo de Maringá

Maringá – Paraná (Terça-Feira, 02/12/2014, Gaudium Press) “Tempo de luz” é o título do mais recente artigo de Dom Anuar Battisti, Arcebispo de Maringá, no Estado do Paraná. Ele ressalta que estamos em tempos de preparação para o Natal, para a chegada do nosso Senhor Jesus, Verbo encarnado que nasce de forma tão humana que chama a atenção de todos.

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Segundo o Prelado, ele nasce pobre, humilde, sem casa, sem segurança nenhuma, com um coxo de palhas e alguns animais para aquecer aquela noite fria de Belém. Ele reforça ainda que nos dias de hoje muitas ações de caridade são feitas, e todos gostam de ajudar, de dar presente, de fazer uma criança feliz, mas dar coisas é fácil, o difícil é doar-se, comprometendo-se com a vida do outro.

“Que bom seria, se depois de mais de 2 mil anos, o Natal deixasse de ser apenas troca de presentes, com compromisso na promoção da vida e da dignidade”, completa ele.

Dom Battisti lembra também que, recentemente, em uma homilia na missa na capela da Casa Santa Marta, onde o Papa reside, Francisco advertiu os fiéis para não se tornarem cristãos mornos, acomodados ou de aparência.

“Os cristãos devem sempre atender ao chamado de Jesus à conversão, para não passarem de pecadores a corruptos. Cristãos que vivem a espiritualidade da comodidade. Quem vive assim, pensa que não lhe falta nada, que está bem, pois vai à missa aos domingos e reza de vez em quando. Estou na graça de Deus e sou rico, isso basta! Não é possível ser e viver como cristão de aparência, cristãos de fachada.”

Outro exemplo citado pelo Arcebispo é o do chamado à conversão de Zaqueu, chefe dos publicanos e rico. Conforme ele, Zaqueu era um como muitos dirigentes que nós conhecemos: corruptos; esses que em vez de servir ao povo o exploram para servir a si mesmos. Porém, o Espírito Santo semeou a semente da curiosidade, e aquele homem para vê-lo, sobe numa árvore para observar uma procissão.

“Zaqueu, não teve vergonha. Queria ver Jesus e dentro trabalhava o Espírito Santo, e a Palavra de Deus entrou naquele coração e, com a Palavra, entrou a alegria e este corrupto a recebe imediatamente, o coração muda e ele se converte. E assim Zaqueu promete devolver quatro vezes o que roubou”, enfatiza.

De acordo com Dom Battisti, a Palavra de Deus é capaz de mudar tudo, mas nem sempre temos a coragem de crer na Palavra de Deus, de receber a Palavra que nos cura por dentro. O Papa disse: “Pensemos muito, muito seriamente, na nossa conversão, para que possamos avançar no caminho da nossa vida cristã”.

Para o Prelado, Natal é deixar a Palavra frutificar em nós, é deixar o comodismo, as aparências, a falsidade, e mergulhar no amor de Deus, em Jesus Salvador, o Homem de Nazaré. “Natal é a festa do amor. Não dá mais para ser cristãos de fachada, de momentos, como desencargo de consciência”, avalia.

Para concluir, o Arcebispo ressalta que esse tempo que chamamos de Advento, expectativa, espera, é uma grande chance para retomar o nosso discipulado de Jesus, encarnando em nós a sua disciplina. Ele salienta que todo mestre quer ver seus discípulos segundo a sua doutrina, caso contrário, não é reconhecido como discípulo.

“Mais cedo ou mais tarde, vamos nos deparar com a realidade de deixar este mundo. A pergunta que deverá ser feita: O que deixei como marca, para um mundo mais humano e cristão? Desejo a todos, que este Natal, seja um verdadeiro renovar de nosso compromisso cristão, um exame de consciência diante da vida presente. Desde já, feliz e abençoado Natal a todos vocês”, afirma. (FB)

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