Número de cristãos na China continua crescendo
Beijing – China (Quarta-feira, 26-11-2014, Gaudium Press) Calcula-se que o número de cristãos na China é de aproximadamente 100 milhões, dos quais 12 milhões são católicos. Isto já ultrapassa o número de inscritos no Partido Comunista, que é por volta de 86.7 milhões de membros. Isto explica o ‘nervosismo’ de certas autoridades, e a perseguição aberta que se desenvolve em algumas regiões do país contra a Igreja.
Entretanto, o catolicismo no país asiático é cada vez mais um fenômeno de massas e de fervor. Reproduzimos abaixo alguns trechos do relato feito por Steven Mosher, presidente do ‘Population Research Institute’, de uma recente viagem sua à China:
“Deixe-me que compartilhe com vocês os muitos rostos de esperança da Fé Católica que pude ver em uma viagem recente que fiz à China. Um é o rosto de um sacerdote católico, que serve como pastor em uma grande paróquia próxima a uma cidade principal chinesa, e que está determinado a salvar almas. Ao sentar-nos em sua oficina, desdobrou um desenho de uma estátua enorme de Jesus. Pretende construí-la em segredo e logo erigi-la durante a noite em um pedestal que olha até a estrada que passa próxima de sua Igreja. ‘Como vai obter permissão das autoridades?’ Lhe perguntei. ‘É território da Igreja’, disse com firmeza, ‘não necessito de permissão'”.
“Não haviam igrejas demolidas nas províncias do Norte da China que visitei, mas certamente haviam igrejas que estavam sendo construídas. As milhares de igrejas que foram derrubadas ou confiscadas por ordens do Partido durante os anos cinquenta e sessenta foram quase todas reconstruídas ou renovadas, aos poucos com donativos estrangeiros. Isto inclui a igreja da paróquia em Dongergou na província de Shanxi que visitei, onde as missas estão sendo celebradas continuamente durante mais de 220 anos”.
“Recordo as fisionomias daqueles que assistiam a Missa ali. Chegavam meia hora antes e passavam o tempo entoando orações em chinês clássico, compostas há centenas de anos. Quando a Missa foi iniciada, a igreja estava cheia. Muitas igrejas novas foram construídas também, algumas vezes com permissão oficial, às vezes sem ela. Esta é uma área onde os leigos tomam a iniciativa aos poucos. Em um povo, os paroquianos -muitos deles novos convertidos- levam a cabo encontros de oração e missas ocasionais, quando um sacerdote pode ir, em um estábulo abandonado. Lhes deixei um cheque para ajudar a construir uma nova igreja”.
“Recordo as fisionomias dos 50 casais de evangelizadores leigos de uma paróquia que, cheios de devoção, viajavam de moto a cada domingo pela manhã para evangelizar as comunidades vizinhas. Haviam assistido a Missa na igreja de sua paróquia na noite anterior, e no domingo de manhã, depois de receber a bênção do sacerdote local, foram até os povos que estavam a 15, 30 e inclusive 50 quilômetros para pregar o Evangelho”.
“Se reuniram com aqueles que estavam curiosos por saber sobre a Fé Católica nas casas das pessoas para ler a Bíblia e rezar. Alguns destes grupos de novos crentes eram muito grandes para encontrá-los na casa de alguém. Quando o governo local lhes negou a permissão para construir uma igreja, construíram no lugar um ‘salão social’. Uma igreja com qualquer outro nome segue sendo uma igreja, depois de tudo, sempre e quando seja adequadamente consagrada (…)”.
“Hoje em dia, quatro séculos mais tarde, o Espírito Santo se move novamente de maneira poderosa nesta antiga terra, despertando os corações e as mentes do povo chinês ao amor e ao perdão de Deus”.
“O rosto humano desse amor e perdão pode ser visto na nave leste da Catedral do Sul, onde está exposto um belo retrato da Virgem e do Menino. Ela leva o traje de uma imperatriz de Manchu, enquanto que o Menino Jesus está vestido como o príncipe herdeiro de Manchú, o príncipe que um dia reinará sobre toda a China. Oremos”. (GPE/EPC)
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