"No Reino de Cristo, a lei é o amor", lembra Bispo de Cornélio Procópio
Cornélio Procópio – Paraná (Sexta-Feira, 21/11/2014, Gaudium Press) Dom Manoel João Francisco, Bispo da Diocese de Cornélio Procópio, no Estado do Paraná, escreveu um artigo sobre a Festa de Jesus Cristo Rei do Universo, festejada neste domingo pelos católicos do mundo inteiro. Ele afirma que está é uma festa recente, que foi instituída pelo Papa Pio XI em 1931, com inspiração bíblica.
O Prelado explica que por ocasião do nascimento de Jesus, os Magos do Oriente se referem a ele como “o rei que acaba de nascer” (Mt 2,2). Segundo ele, no início do seu ministério Jesus se encontra com Natanel que, surpreso, exclama: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel” (Jo 1,49).
Já no Domingo de Ramos, recorda Dom Manoel, a multidão aclamou Jesus dizendo: “Bendito o Rei, que vem em nome do Senhor”. Diante de Pilatos, interrogado sobre sua realeza, Jesus não titubeia e responde: “Tu o dizes” (Lc 23,3), mas de imediato esclarece: “O meu reino não é deste mundo” (Jo 18,36).
“Por toda parte onde iam, os Apóstolos pregavam que Jesus era rei. Em suas orações e cânticos, os cristãos gostavam de dirigir-se ao Cristo, como rei das nações, único soberano, Rei dos reis, Senhor dos senhores, rei dos séculos, Deus imortal, merecedor de honra e glória pelos séculos dos séculos”, avalia.
Ainda de acordo com o Bispo, o Reino de Cristo, como ele mesmo falou, não é deste mundo. Ele explica que alguns pensam que Jesus estava se referindo ao Reino escatológico cujo pleno advento será precedido por grandes catástrofes, e que admitirá então em seu seio apenas os justos, mas esta interpretação não está correta.
“O próprio Jesus faz questão de dizer que seu Reino está aqui, nesta terra, no meio de nós, com a expressão ‘meu Reino não é deste mundo’, Jesus quis dizer que ele era um Rei diferente dos reis das nações que dominam sobre elas e ainda se fazem chamar benfeitores. Jesus é Rei montado num jumento, ou seja, um Rei que promove a paz e não a guerra, um Rei que se coloca no meio dos seus para servir e não para ser servido”, afirma.
Outra questão mencionada pelo Prelado é que muitas vezes o Reino de Cristo é confundido com a Igreja, e é bom que fique bem claro: o Reino de Cristo não se identifica com nada deste mundo, nem mesmo com a Igreja. Conforme o Bispo, a Igreja está a serviço do Reino, é seu sacramento, e o Reino se faz presente sempre que a Igreja se envolve na luta em favor da vida, da dignidade e dos direitos das pessoas, especialmente dos pobres e dos excluídos.
“No Reino de Cristo, a lei é o amor. Cidadãos do Reino de Cristo são aqueles que movidos pelo amor dão de comer aos que têm fome, de beber aos que têm sede, ao estrangeiro recebem em sua casa, ao nu dão o que vestir, ao doente dispensam cuidados, ao prisioneiro confortam com sua visita”, completa.
Para concluir, Dom Manoel salienta que a cidadania no Reino não depende só de nós, pois é, antes de tudo, graça, dom. “Peçamos ao Rei este dom, como ele mesmo nos ensinou: ‘Venha a nós o vosso Reino'”, finaliza. (FB)
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