“Sem a Fé, a morte permanece um enigma insolúvel”, ressalta Cardeal em artigo
São Paulo (Sexta-feira, 07-11-2014, Gaudium Press) “A comemoração dos fiéis defuntos, ou Dia de Finados, trouxe mais uma vez a ocasião para refletir sobre a morte e sobre a vida.”
Essas foram as primeiras palavras do Arcebispo de São Paulo, Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, em seu mais recente artigo sobre o Dia de Finados, ocorrido no último domingo, 2 de novembro.
“Não deixa, no entanto, de ser um fato intrigante, pois nosso povo, geralmente, cultiva profundos e variados sentimentos em relação aos falecidos”, disse.
Dom Odilo comentou em seu texto sobre o fato de muitas pessoas terem deixado de lado a tradição de verem seus entes queridos já falecidos, como forma de prestar homenagens e rezar por suas almas no céu.
“Parece que não há mais tempo para viver, nem para morrer. Tudo vai tão depressa, tudo vai para frente; quem ficou pra trás, já se foi e não conta mais… É a vontade de viver, tragando a vida pessoal e fazendo perder de vista o seu sentido… No Dia de Finados, os mortos recordam aos vivos algumas lições fundamentais”, ressaltou.
De acordo com o Cardeal, “nossa vida é preciosa, é pessoal, é única” e “ela nos foi entregue como um dom, para que dela façamos o melhor que pudermos, como empreendedores laboriosos, que fazem render os talentos recebidos”.
“A vida não deve ser desperdiçada; não é um ensaio, não há uma segunda chance. E cada um deverá prestar contas a Deus pela própria vida e por aquilo que tiver feito dela”, advertiu.
A Fé, prosseguiu, “nos ajuda com uma luz sobrenatural, que nos faz enxergar para além do que, humanamente, seríamos capazes. A vida é mais forte que a morte. Sobretudo, porque cremos no Senhor da vida, que tem poder para fazer ressurgir a vida mesmo onde restam apenas ossos ressequidos e pó de morte”, pois “quem se une a Deus recebe dele a vida”.
“Não somos autores da vida, nem no seu início, nem no seu final terreno. Sem a Fé, a morte permanece um enigma insolúvel.”
Logo em seguida, falou sobre a visita aos cemitérios por parte dos familiares. Para ele, esse ato “não nos faz pensar apenas naqueles que já faleceram: também nos confronta conosco mesmos, com o sentido da nossa vida e com o modo como estamos vivendo”.
Ainda segundo Dom Odilo, “o pensamento da morte, de certa forma, aterroriza. No entanto, isso não é preciso; esse pensamento pode também ser salutar”.
“Viver cada dia como se fosse único e o último da vida, isto nos pode ajudar a manter-nos alertas diante das escolhas que fazemos e decisões que tomamos. Vivendo bem cada dia, estaremos sempre preparados para o grande encontro que nos espera”, finalizou. (LMI)
Da redação Gaudium Press, com informações Arquidiocese de São Paulo
Deixe seu comentário