"É preciso conquistar a morada eterna que jamais passará", diz o Arcebispo de Maringá
Maringá – Paraná (Quarta-Feira, 05/11/2014, Gaudium Press) Com o título “Eu também quero descansar”, Dom Anuar Battisti, Arcebispo de Maringá, no Estado do Paraná, escreveu um artigo em que afirma que todos têm o direito de descansar, e que além de ser um direito é também uma necessidade. Para o Prelado, humanamente somos limitados e trazemos em nós, por natureza, a condição de buscar as mais variadas formas de lazer, sempre com a finalidade de repor as energias.
Segundo o Arcebispo, quanto mais longe do lugar de trabalho, melhor: a contemplação da natureza, lugares ribeirinhos, vida no mar, escaladas em florestas, caminhadas desafiadoras, uma boa leitura, bons amigos, enfim uma infinidade de formas para descansar e contemplar o rosto amoroso de Deus. “O descanso verdadeiro refaz a vida humana e espiritual. Não dá para separar o meu direito de descanso, sem encontrar o criador estampado em toda a criação”, completa.
Dom Battisti ressalta que ao mesmo tempo, somos tomados por cargas pesadas, e para essas horas e todas as demais o Senhor Jesus deixa-nos o caminho: “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu darei descanso a vocês. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.
De acordo com o Prelado, neste caminhar terreno temos um refúgio seguro, uma certeza para os momentos complicados da vida. Ele explica que enquanto peregrinos, estamos sujeitos a todo tipo de obstáculos e dificuldades, porém para aquele que crê, não existe tempo feio, pois o nosso destino está marcado por sabores de eternidade.
O Arcebispo ainda recorda que a Sagrada Escritura nos abre uma nova perspectiva que tem seu princípio no chão que pisamos: “Felizes os Mortos aqueles que desde agora morrem no Senhor”. “Sim, diz o Espírito, descansem dos seus trabalhos, pois as suas obras os acompanham” (Ap 14, 13). Ele enfatiza que o lugar de nosso repouso está preparado e vamos ocupar na medida em que as nossas obras são feitas no bem e para o bem.
“O cofre das boas obras não está em casa; está no lugar onde nem a traça come ou a ferrugem destrói. Nada deste mundo é capaz de destruir o tesouro das boas obras. Ao mesmo tempo temos o dever de colaborar com quem já partiu, oferecendo nossa prece e sacrifícios, a nossa solidariedade cristã”, avalia.
O Papa Bento XVI certa vez disse para os católicos rezarem por quem já morreu, recordando: “Desde os primeiros tempos da fé cristã, a Igreja terrena cultivou com grande piedade a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios por eles. A oração pelos mortos não é só útil, mas necessária, o pranto, devido ao afastamento terreno, não prevaleça sobre a certeza da ressurreição. Também a visita aos cemitérios, ao mesmo tempo que guarda os laços de afeto com aqueles que nos amaram nesta vida, recorda-nos que todos tendemos para uma outra vida, para lá da morte”.
Dom Battisti lembra também uma mensagem do Papa Francisco, que diz: “A tentação de não acreditar na ressurreição dos mortos começou nos primeiros dias da Igreja. Mas Paulo Apóstolo falou aos Tessalonicenses uma frase mais plena de esperança que está no Novo Testamento: ‘no fim, estaremos com Ele’. Esta é a identidade cristã, disse o Papa. “Estar com o Senhor. Nós ressuscitaremos para estar com o Senhor, e a ressurreição começa aqui, como discípulos, se estivermos com o Senhor, se caminharmos com o Senhor. Isto é o caminho para a ressurreição. E se estivermos habituados a estar com o Senhor, este pavor da transformação do nosso corpo vai se afastar de nós”.
Para concluir, o Arcebispo afirma que temos o direito de descansar aqui, conquistando a cada dia a morada eterna que jamais passará. E ele ainda pede a Deus que nos dê a graça da perseverança até o fim, e hoje a oportunidade de rezar e agradecer o dom da vida. (FB)
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