“O Purgatório não é apenas lugar de sofrimento”, diz Bispo de Frederico Westphalen
Frederico Westphalen – Rio Grande do Sul (Quarta-Feira, 29/10/2014, Gaudium Press) “Uma ação muito digna e nobre é esta de rezar pelos mortos.” Este é o título do mais recente artigo de Dom Antônio Carlos Rossi Keller, Bispo da Diocese de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. Ele afirma que em uma das leituras do Dia de Finados, do livro dos Macabeus, fala-nos do costume das pessoas piedosas de Israel de rezar pelos mortos e louva a sua ação. Para o Prelado, é uma afirmação da fé na realidade desse lugar de purificação e da possibilidade de ajudarmos os que morreram na graça de Deus.
Segundo o Bispo, apoiados na união de todos em Cristo, através do Seu Corpo Místico de que todos fazemos parte, podem passar as ajudas para os nossos irmãos que sofrem as penas do Purgatório. O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, nº 211, diz que em virtude da comunhão dos santos os fiéis ainda peregrinos na terra podem ajudar as almas do Purgatório oferecendo as suas orações de sufrágio, em particular o sacrifício eucarístico, mas também esmolas, indulgências e obras de penitência.
Dom Antônio nos impele a vivermos esta caridade para com todas as almas, em especial com as das nossas famílias. Ele lembra que Santo Agostinho conta no livro das Confissões que a mãe, Santa Monica, lhes pedia a ele e seu irmão para não fazerem grandes despesas com o seu funeral, levando o seu corpo para a sua terra, no norte de África, mas para a lembrarem junto do altar de Deus. Para Dom Antônio, é uma lição bem atual, pois hoje se gasta muito dinheiro em flores nos funerais, que em nada podem ajudar os defuntos, e os familiares se esquecem que poderiam sufragar os seus mortos mandando celebrar missas, dando esmolas e rezando mais por eles.
“Ao rezar pelos que morreram avivamos a certeza de que havemos de ressuscitar, como lembra o texto de Macabeus. Avivamos também o desejo de nos encontrarmos com eles no céu. Em relação à morte, temos de nos guiar pelos ensinamentos de Jesus e da Sua Igreja. São muito consoladoras as verdades da fé e, em concreto, as que se referem à vida eterna e à nossa comunhão em Cristo com os que morreram”, explica.
Além disso, o Bispo salienta que podemos ajudá-los e também recorrer à sua intercessão, pois eles podem pedir por nós, porque são almas santas amigas de Deus. Conforme ele, os mortos não podem nos ver como os santos do céu, mas podem conhecer os nossos pedidos, e esta devoção às almas do Purgatório, enraizada em muitos cristãos, é uma forma muito bonita de viver a comunhão dos santos, a entre ajuda entre todos membros do Corpo Místico de Cristo.
Por fim, Dom Antônio afirma que o Purgatório não é apenas lugar de sofrimento. Ele acredita que as almas sofrem antes de qualquer coisa a privação da visão de Deus, e sofrem também o fogo purificador. Para o Bispo, é através do sofrimento que se purificam, mas gozam também de uma alegria muito grande: de serem amadas por Deus e terem já a certeza de ir para o céu.
“Pedimos à Virgem Santíssima, Nossa Senhora da Boa Morte, que nos ajude a passar já na terra o nosso purgatório, aproveitando os nossos sofrimentos e as nossas boas obras. E a vivermos melhor a fé nas verdades que hoje recordamos e a caridade para com os nossos irmãos que partiram”, conclui. (FB)
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