Católicos recolhem assinaturas para incluir Deus em constituição de um estado alemão
Kiel – Alemanha (Sexta-feira, 17-10-2014, Gaudium Press) Um grupo de católicos do estado de Schleswig-Holstein na Alemanha respondeu à decisão das duas terças partes do parlamento local de retirar a menção de Deus do novo texto da constituição estatal. Os fiéis necessitam coletar 20 mil assinaturas para que o parlamento se veja obrigado a reconsiderar o voto, uma meta que o Administrador Diocesano de Hamburgo, Dom Ansgar Thim, qualificou como possível. Segundo o informativo Religion News Service o prelado se manifestou “confiado” no que se superará o número de assinantes requerido.
Os Católicos poderão reunir as assinaturas necessárias e reverter a decisão do parlamento. Foto: Bistum Osnabrück. |
A iniciativa, de ser exitosa, seria a segunda de seu tipo no país. Seu antecedente é o ocorrido no estado da Baixa Saxônia em meados da década de 1990, quando uma decisão similar foi revertida pela povoação e o estado recuperou a inclusão de Deus na constituição. A fórmula empregada em vários dos estados e incluída em alguns dos sete preâmbulos das constituições alemãs que nomeiam a Deus é “Conscientes da responsabilidade diante de Deus e diante dos homens…”. Esta frase, notavelmente neutra em sua redação, é a que se espera restabelecer.
Uma proposta anterior para a inclusão da referência a Deus na nova constituição ampliava a mesma para incluir a “herança religiosa, filosófica e humanista” como uma consequência concreta da crença em Deus e uma fonte das normas inclusas na constituição. O polêmico voto que os crentes esperam reverter foi emitido no dia 08 de outubro.
Os contraditores da iniciativa reclamam a separação da Igreja e o estado como fonte de mudança na constituição e definem a religião como um assunto “privado” que não deveria refletir-se na dimensão pública. Esta visão restritiva da religião foi denunciada em várias ocasiões pela Igreja Católica, sendo provavelmente a mais notável em tempos recentes a alocução de Bento XVI aos políticos britânicos em setembro de 2010. “A religião não é um problema que os legisladores devam solucionar, mas uma contribuição vital ao debate nacional”, expressou o hoje Papa emérito nessa ocasião. O Pontífice denunciou as propostas de que “a voz da religião seja silenciada, ou ao menos relegada à esfera privada” e as pressões para que “os cristãos em cargos públicos sejam obrigados a atuar contra a sua consciência”.
“Gostaria de convidar a todos vocês, portanto, em seus respectivos campos de influência, a buscar meios de promoção e fomento do diálogo entre fé e razão em todos os âmbitos da vida nacional”, expressou Bento XVI, depois de recordar que a incalculável contribuição da Fé à dimensão política consiste em “ajudar a purificar e iluminar a aplicação da razão ao descobrimento de princípios morais objetivos”. A busca do bem comum através da razão iluminada pela Fé previne os desvios ideológicos e fomenta o reconhecimento da dignidade da pessoa humana. (GPE/EPC)
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