“A missionariedade deve ser expressão normal da fé católica”, diz Bispo de Cornélio Procópio
Cornélio Procópio – Paraná (Quinta-Feira, 16/10/2014, Gaudium Press) Dom Manoel João Francisco, Bispo da Diocese de Cornélio Procópio, no Paraná, escreveu um artigo sobre o Dia Mundial das Missões e também o Dia da Infância e Adolescência Missionária, que a Igreja do mundo inteiro celebra neste domingo, dia 19 de outubro. Ele recorda que de novo ressoa em nossos ouvidos o mandato missionário de Nosso Senhor e Mestre: “Ide por todo o mundo e proclamai a Boa Notícia a toda a humanidade”(Mc 16,15).
Segundo o Prelado, o Concílio Vaticano II, cujo cinquentenário estamos vivendo, nos lembra que a tarefa missionária é “o maior e o mais santo dever da Igreja”. Dom Francisco afirma que pode parecer estranho falar em missão no mundo de hoje, marcado pela pluralidade e pela liberdade de opção, principalmente no campo religioso, pois para muitos, o anúncio da mensagem evangélica perdeu sua primazia e o esforço de conduzir as pessoas para a Igreja tornou-se secundário.
“Alguns acham, inclusive, que não se deveria anunciar Cristo a quem não o conhece, pois é possível ser salvo mesmo sem um conhecimento explícito do Messias. Sem menosprezar estes questionamentos, a Igreja continua reafirmando que o mandato missionário feito por Cristo, no momento de voltar para o Pai, permanece válido e que a missionariedade deve ser, para cada católico, expressão normal de sua fé”, avalia.
Além disso, o Bispo salienta que, ao exercer sua tarefa missionária, o fiel precisa ter em conta tudo o que a Igreja ensina a respeito da liberdade religiosa das pessoas e dos povos. Ele cita também o documento “Dignidade Humana”, que nos dá a seguinte orientação: “Na difusão da fé religiosa e na introdução de costumes, sempre se há de abster de qualquer tipo de ação que possa ter sabor de coibição ou de persuasão desonesta ou menos correta, sobretudo ao tratar-se de pessoas rudes ou indigentes. Tal modo de agir deve considerar-se como abuso do direito próprio e lesão do direito alheio” (DH 4).
Ainda de acordo com o Prelado, o Papa Francisco com muito vigor e ardor tem conclamado os católicos para que assumam o compromisso missionário, e em sua Exortação Apostólica intitulada “Alegria do Evangelho” ele escreveu: “Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e pela comodidade de se agarrar às próprias seguranças… Se alguma coisa nos deve santamente inquietar e preocupar nossa consciência é que haja tantos irmãos nossos que vivem sem a força, a luz e a consolação da amizade com Jesus Cristo, sem uma comunidade de fé que os acolha, sem um horizonte de sentido e de vida” (EG 49).
Com relação à celebração do próximo domingo, Dom Francisco destacou mais algumas palavras escritas pelo Pontífice: “O Dia Mundial das Missões, é um momento privilegiado para os fiéis dos vários Continentes se empenharem, com a oração e gestos concretos de solidariedade, no apoio às Igrejas jovens dos territórios de missão”.
Enfim, o Bispo explica que o trabalho missionário, além do empenho voluntário de muitos irmãos e irmãs, compreende gastos relativamente grandes. Por isso, conforme ele, a coleta, nas celebrações do próximo domingo, será em favor das obras missionárias.
“Também neste aspecto somos convidados a partilhar de nossa pobreza. Lembremo-nos da viúva do Evangelho que deu uma simples moeda. Era quase nada. Recebeu, no entanto, o elogio do próprio Cristo. Diante de Deus não importa a quantia, mas o espírito com que se faz a oferta”, finaliza. (FB)
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